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Brasília

CNI prevê consumo reduzido para 2021

Pesquisa da entidade aponta que, em 2021, brasileiros manterão hábito de tentar poupar e comprar o essencial

Redação Jornal de Brasília

15/12/2020 7h48

Shopping no centro de Brasília tem movimento intenso no último fim de semana antes do Natal

Cezar Camilo
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Estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que 59% da população brasileira pretende poupar mais em 2021 do que poupava antes da pandemia. O setor prevê a permanência de um novo hábito de consumo para o ano que vem. São alterações nas despesas que vigoram atualmente e que devem permanecer.

Quase um terço da população (32%) afirmou que conseguiu guardar mais dinheiro ou gastar menos do que antes do surto de covid-19. A prioridade no consumo vai para os alimentos e produtos de limpeza — 55% dos entrevistados aumentaram o consumo deste tipo de material. Os gastos com roupas, sapatos, móveis e serviços em geral diminuíram para 46% da população. Por enquanto, a intenção da maioria é economizar.

Segundo o levantamento divulgado ontem, 71% dos pesquisados consideram como “muito grande” o impacto da pandemia na economia nacional. A grande parte (63%)
considera o pior cenário de estagnação se comparado às crises financeiras entre 2014 e 2016.

A análise também revela uma visão pessimista dos brasileiros quanto à recuperação de rendimentos. “A incerteza certamente pesa, mas existe uma vontade de mudança de hábito também. Nesse cenário, aumenta a intenção de poupar”, analisa o gerente de análise econômica da CNI, Marcelo Azevedo.

“É a vontade de ter recursos para emergência. Para conseguir economizar mais, é preciso consumir menos e a pandemia demonstrou isso”, disse o economista em entrevista ao Jornal de Brasília.

Questionados sobre o início da retomada econômica, 34% dos entrevistados apontaram que a economia já vinha se recuperando desde setembro. Outros 63% negaram o restabelecimento ainda este ano. A percepção é mais negativa entre os entrevistados com faixa etária mais jovem: 73% da população entre 16 e 24 anos acreditam que a recuperação não havia começado, ante 54% daqueles com 55 anos ou mais.

Já entre as diferentes faixas de renda, a percepção que a economia não havia iniciado recuperação é maior entre o segmento com menor rendimento, alcançando 67% entre as famílias que recebem até um salário mínimo e recuando para 59% entre aqueles com renda superior a cinco salários.

Para maioria, recuperação demora 1 ano

De acordo com a pesquisa da CNI, a maioria (67%) dos brasileiros espera a recuperação econômica em questão de um ano. Enquanto um terço da população (33%) acredita que vai demorar mais tempo, entre um e dois anos. Outra parte (34%) estima que vai demorar mais, um período superior a dois anos.

Para um quarto da população, a renda individual diminuiu muito  durante o período mais crítico da pandemia — entre abril e junho deste ano. No total, 41% perceberam redução nos rendimentos. Para 16%, a percepção é de leve diminuição. Já 14% dos entrevistados têm uma análise contrária, de aumento de sua renda individual no mesmo período. Mais da metade destes (52%) recebeu o auxílio emergencial do governo.

O uso mais frequente do dinheiro recebido do auxílio emergencial do Governo Federal foi para compras de alimentos, roupas, produtos de higiene, limpeza ou algum outro tipo de bem de consumo, assinalado por praticamente metade dos entrevistados (49%). Outros 30% afirmaram que o principal uso foi o de pagar contas, como de água, energia elétrica ou gás. Já 18% afirmaram que usaram o dinheiro
para pagar dívidas. Apenas 2% guardaram o dinheiro do auxílio.

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