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Brasília

CLDF pede investigação contra clínica que oferece “cura gay” no Distrito Federal

Fábio Felix diz estar “chocado com a divulgação dessa clínica de tratamento, de reversão sexual, ou seja, um trabalho de tratamento da cura gay”

Aline Rocha

09/11/2020 17h20

Nesta segunda-feira (9) a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) encaminhou, ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), um ofício que pede investigação da clínica que oferece, em Brasília, a “cura gay”.

O presidente da Comissão, deputado distrital Fábio Felix, afirmou ter ficado “chocado com a divulgação dessa clínica de tratamento, de reversão sexual, ou seja, um trabalho de tratamento da cura gay”. “Isso é um absurdo completo, especialmente pela legislação que a gente tem em vigor hoje no Brasil, que não permite esse tipo de prática, seja pela regulamentação do Conselho Federal de Psicologia, seja pela decisão do STF pela criminalização da LGBTIFobia, então isso é um absurdo completo”, afirmou o deputado.

“Eu, como LGBT, que estou num cargo eletivo como Deputado Distrital, acho isso ainda mais chocante, porque eu sei das violências que eu sofri na escola, eu sei das dificuldades que eu tenho até hoje para ser um legislador nesse país, que ainda tem tanta violência e LGBTIFobia. São essas práticas que criam mais gatilhos de violência para nós, seja na escola, no ambiente de trabalho, ou na rua, porque o espaço público também não é um espaço de segurança para nós”, complementou.

No documento, assinado por Felix, é feita a solicitação para que o MPDFT analise os fatos e providências. Além dessa medida, também foi encaminhado um ofício, com o mesmo tema, para o Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal (CRP-DF).

“Nós somos colocados desde a infância em um lugar de vergonha, em um lugar de não aceitação, então a ‘saída do armário’ para nós e o orgulho da nossa identidade, da nossa orientação sexual, sem dúvidas, é uma vitória, uma vitória existencial, uma vitória civilizatória. Nós vamos encaminhar os ofícios para todos os órgãos necessários, os órgãos competentes, para que esse tipo de prática não se repita e para que os autores desse tipo de prática possam ser punidos no rigor da lei”, finalizou o deputado.

Veja os documentos:

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