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Brasília

Cirurgia do diabetes chegou no Hospital de Santa Maria

IGESDF adquiriu materiais específicos para realizar o procedimento que auxilia a reduzir mortes e comorbidades, permitindo o controle da doença

Redação Jornal de Brasília

22/01/2020 16h48

Fotos: Davidyson Damasceno/IGESDF

O Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) começou a realizar cirurgia metabólica para diabetes do tipo 2, uma das técnicas mais inovadoras para controlar a doença, prevenindo complicações, como a cegueira e insuficiência renal, bem como os óbitos evitáveis. A oferta do novo serviço só foi possível após a unidade receber investimentos do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF) para compra de materiais, contratação de profissionais da saúde, como anestesistas e clínicos médicos, entre outros.

“A previsão é de operar toda sexta-feira e sábado no HRSM, que tem equipamentos de última geração e acompanhamento diferenciado. O instituto adquiriu todos os materiais necessários para fazer essa cirurgia da maneira mais atual que existe e, nós, somos cirurgiões da rede com capacitação para realizar esse procedimento”, explicou o coordenador do Serviço de Cirurgia Metabólica para Diabetes da Secretaria de Saúde, Renato Alves.

Fotos: Davidyson Damasceno/IGESDF

Segundo ele, diversos pacientes já foram beneficiados neste mês. “Eles evoluíram muito bem e estão em pós-operatório já com o diabetes controlado e sendo acompanhados por diversos profissionais”, disse.

O presidente do IGESDF, Francisco Araújo, ressalta a importância desse investimento para a saúde pública do Distrito Federal, tendo em vista que o índice de mortalidade e de sequelas provocadas pela doença é considerado alto. “O Ministério da Saúde gasta mais de R$ 1 bilhão por ano somente com medicamentos, o que representa um custo muito elevado, e esses recursos, economizados, poderão ser investidos em outras melhorias”, destacou Araújo.

A cirurgia metabólica, chamada de Bypass Gástrico, modifica a produção de substâncias pelo organismo para tratamento do diabetes. “Deixamos o estômago com maior longitude. A cirurgia não causa muita restrição, assim, o paciente tem mais facilidade de se alimentar. O tempo médio da duração da operação é de 45 minutos após o paciente ter sido anestesiado”, explicou.

A alta pode ocorrer em um ou dois dias, quando não há complicações. O paciente é preparado por uma equipe multiprofissional composta por psicólogo, fisioterapeuta, psiquiátrica, endocrinologista, cirurgiões e clínicos de forma a garantir um tratamento integral.

Fotos: Davidyson Damasceno/IGESDF

“O procedimento ocorre de acordo com a especificidade de cada paciente. Com essa cirurgia, podemos tratar não só diabetes, mas obesidade e refluxo, porém com modificações entre as técnicas cirúrgicas”, ressaltou o médico, ao explicar que o Hospital de Santa Maria está fazendo inicialmente as operações apenas para tratar o diabetes e, em breve, devem começar cirurgias para tratamento de obesidade.

O diabetes é uma das maiores causas de morte no mundo, já que ele é fator de surgimento do infarto agudo do miocárdio e de outras doenças. “Com essa cirurgia, não estamos apenas evitando mortes. O diabetes também causa cegueira, insuficiência renal, acidente vascular cerebral, amputação”, alertou Renato Alves.

O supervisor do serviço de cirurgia do aparelho digestivo, da Secretaria de Saúde, Adriano Guimarães Ibiapina, também ressaltou que, muitas vezes, até mesmo quando o paciente com diabetes está sendo acompanhado, tomando todos os remédios, pode sofrer com as consequências da doença.

“Essa cirurgia é um dos recursos para controlar a doença, evitando essas sequelas e morbidade. Por isso, o atendimento que o IGESDF está oferecendo no Hospital de Santa Maria é como uma vanguarda para o Centro Oeste e o Brasil, trazendo grande benefício à população”, ressaltou.

No Brasil, a cada mil pessoas com diabetes do tipo 2, um total de 27 morrem, por ano, devido a infarto do miocárdio. Metade das pessoas com diabetes do tipo 2 vão desenvolver doença renal grave. Aproximadamente, 80% das pessoas em hemodiálise têm diabetes. Além disso, um paciente, a cada dez, terá comprometimento grave da visão. A amputação é 20 vezes mais comum em pacientes com diabetes.

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