Menu
Brasília

Cinco pessoas são presas em esquema de extorsão em São Sebastião

Arquivo Geral

26/04/2019 12h43

Divulgação/PCDF

Vitor Mendonça
[email protected]

A Operação Grito da Terra, comandada pela Polícia Civil do Distrito Federal, prendeu, na tarde desta quinta-feira (25), o homem considerado como o maior invasor de terras públicas do DF. Alexandre Luiz Xavier de Almeida, 49, atuava como líder comunitário de sem terras desde 2013 na região de Pinheiral, em São Sebastião. Junto à ele, foram presos outros quatro homens, todos bem mais novos que o líder, com idade pouco acima dos 18 anos.

Segundo a delegada de polícia da Delegacia Especial de Proteção ao Meio Ambiente e à Ordem Urbanística do DF (DEMA), Fernanda Lopes, Alexandre estabeleceu na área uma comunidade de aproximadamente 100 pessoas, denominada Colônia Agrícola Grito da Terra Aguilhada, que deu nome à operação.

Ali ele agia como mandatário: cobrava taxas desde 2017 pelas moradias e ameaçava queimar as residências daqueles que não se submetessem às ordens dele. Até mesmo recibos e contratos eram trocados na região. Entravam na comunidade apenas quem lhe eram convenientes; caso contrário, expulsava quem tentava se estabelecer no local sem sua autorização. O grupo que Alexandre comandava fazia barricadas e agia com extrema violência. O uso de armas era comum.

Delegadas, Mariana Araújo (à direita) e Fernanda Lopes (à esquerda)

O objetivo do grupo não era o lucro das áreas que loteavam, mas sim criar, segundo Fernanda, uma milícia. A quem Alexandre autorizava a entrada na comunidade, tratava com cuidado e afeto, fornecendo comida, refúgio de criminosos, que era referido pelos membros da quadrilha como “pai”, apesar de não ter vínculo biológico com nenhum deles.

Segundo a delegada-chefe adjunta da DEMA, Mariana Araújo Almeida, a investigação levou cerca de um mês para encontrar o alvo da operação a partir do cruzamento de outros casos de crimes ocorridos na região administrativa. “Acreditamos que o grupo pode estar envolvido em diversos crimes em São Sebastião no início do ano, principalmente os de roubo, que aconteceram de forma bastante violenta”. Ela acredita que a moto apreendida na operação era utilizada nas ações criminosas. As mesmas características de abordagem e modos operantes, além da coincidência de nomes, fizeram com que a Polícia Civil chegasse à Alexandre.

Os acusados vão responder pelos crimes de associação criminosa armada, extorsão, receptação, crimes ambientais, parcelamento irregular de solo, entre outros. A quadrilha, como se referiu a delegada Fernanda, é especializada no crime de extorsão.

A expectativa da Polícia Civil é de que, com a prisão dos principais líderes de crimes no DF, mais denúncias sejam relatadas e outros nomes surjam nas investigações.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado