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Brasília

“Cinco caras se venderam por uma caixinha de Itaipava”: áudios indicam que conselheiro tutelar teria comprado votos

O candidato Fernando Reis, quinto mais votado ao cargo de conselheiro tutelar do Park Way, teria utilizado um cabo eleitoral para aliciar moradores do núcleo rural Vargem Bonita

Willian Matos

08/10/2019 10h38

Willian Matos
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Mensagens de voz obtidas com exclusividade pela Editora de Cidades do JBR., Vanessa Lippelt e pelo repórter Olavo David Neto, indicam que o candidato a conselheiro tutelar do Park Way, Fernando Moura Reis, quinto mais votado da região, estaria utilizando um cabo eleitoral para comprar votos. Em um dos áudios, o Nilsinho, auxiliar de Reis, relata como fez para conseguir apoio de um grupo do Núcleo Rural Vargem Bonita. 

Nilsinho afirma que se deparou com um grupo de pessoas bebendo em uma chácara, quando decidiu se aproximar. “Chegamos ali numa chácara e tinha um monte de gente lá, tudo ‘bebo'”, conta. “Falei: ‘Eita peste, é agora que a gente arranja 200 votos'”, explica, rindo da situação, em mensagem enviada a um parente.

O cabo eleitoral de Fernando Reis, então, prossegue e explica que ofereceu “uma caixinha [de cerveja] e um litro de 51 [pinga]”. Ele termina refletindo: “Cinco caras se venderam por uma caixinha de Itaipava [marca de cerveja].” Ouça:

Em um segundo áudio, Nilsinho debocha da atuação de cabo eleitoral, de comprar votos e do fato de o grupo ter aceitado eleger um conselheiro tutelar em troca de bebida alcoólica:

Cinco concorrentes de Fernando – três delas eleitas junto com o denunciado – escreveram de próprio punho uma ata na qual atestam as supostas irregularidades e adiantam que vão entrar com ação pedindo a impugnação da sua candidatura. Rosalina afirmou, ao JBr, que sequer houve interesse em esconder as irregularidades cometidas no processo eleitoral. “A comunidade é pequena e eles falaram que estavam fazendo transporte, enviaram fotos, mandaram WhatsApp”, disse. “Como uma pessoa desse calibre vai querer tomar conta de crianças e adolescentes?”, questiona.

Defesa

Em contato com o JBr, Fernando se esquivou de responsabilidade e negou ter conhecimento. A Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus), pasta que fiscalizou o pleito, informou que denúncias serão aceitas pelo órgão até cinco dias úteis depois do pleito – ou seja, até sexta-feira (11).

Nilsinho negou que tenha pago qualquer valor, em dinheiro ou mercadorias, em favor do amigo. Conforme disse, Fernando apenas lhe pediu “uma força” na campanha, mas sem exigir compra de votos ou transporte de eleitores.

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