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Brasília

Chuva em agosto alivia secura e reduz área queimada no DF

Arquivo Geral

22/08/2018 16h36

Bombeiros combatem queimada no DF. Foto: Divulgação/CBMDF

Raphaella Sconetto
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As chuvas que caíram em plena época de seca pegaram os brasilienses de surpresa e ajudaram a frear a área queimada das florestas da capital. “As ocorrências ainda são constantes, mas a diferença é que a área danificada é menor”, explica o capitão Daniel Saraiva, chefe da seção de Operações do Grupamento de Proteção Ambiental (Getram) do Corpo de Bombeiros do DF.

Em agosto do ano passado, houve exatos 3.018 atendimentos para o combate de incêndios florestais, o que representou  4.523,01 hectares de áreas queimadas. Por outro lado, neste ano, a corporação registrou 1.071 ocorrências até agora, sendo 874,28 hectares de áreas danificadas – uma redução de 80%.

O chefe do Getram alerta que as queimadas acontecem, principalmente, em decorrência de deslizes da população. “A maioria começa quando se ateia fogo em podas de árvores, lixo, nas margens das matas, aí perde o controle e o fogo se espalha. Tivemos muitas ocorrências próximas ao Parque Nacional de Brasília, mais perto do SIA, porque lá há um grande depósito de lixo”, conta.

A atual preocupação é de que a seca se estenda até o final do ano. “Tivemos uma estação chuvosa que se prolongou. Então, há chances de o período de seca se estender. Estimamos que possam haver queimadas até fim de outubro ou novembro, mas acompanhamos as previsões do tempo”, afirma o capitão.

No entanto, ele garante que o Corpo de Bombeiros tem se preparado. “Em relação ao ano passado, tivemos um aumento de 30% de homens disponíveis para atuar especificamente no combate aos incêndios florestais”, pondera. Atualmente, são seis mil bombeiros em condições de acionamento.

Bombeiros combatem queimada no DF. Foto: Divulgação/CBMDF

 

Previsão do tempo

Apesar do espanto que a chuva da semana passada causou, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) garante que chover em agosto não é tão raro assim. Os últimos anos em que isso ocorreu foram 2009 e 2016. Neste mês, o volume das precipitações foi de 17 milímetros e, mesmo que baixo, auxiliou na redução dos incêndios florestais no Distrito Federal.

Segundo Morgana Almeida, chefe do Centro de Análise e Previsão do Tempo do Inmet, as chuvas em agosto são tão comuns que o instituto trabalha com uma média de 24,1 mm de precipitações no mês da seca. Em 2009, o Inmet registrou o segundo maior índice de chuvas de toda a série histórica: 72,5 mm. O recorde do volume foi em 1984, quando choveu 93,3 mm.

“Na década atual, o único agosto que choveu foi em 2016, com 20,1 mm. Então, na memória do brasiliense a chuva em agosto é rara. As pessoas não se recordam dos anos anteriores, já que foram quase dez anos sem chuvas”, avalia Morgana.

As chuvas deste ano, no entanto, não anunciaram o fim da seca. “O tempo seco vai retornar e, infelizmente, até o fim do mês não temos a previsão de que as chuvas se repitam. Apenas em meados de setembro, mas só ficarão regulares a partir de outubro”, explica a meteorologista.

Até o fim desta semana, o céu ficará de claro a parcialmente nublado. A temperatura varia entre 15 ºC a 30 ºC, e a umidade relativa do ar entre 60% a 20%.

Volume dos reservatórios
Os 17 milímetros que caíram do céu de Brasília neste mês ajudaram também os reservatórios a se manter estáveis mesmo durante a seca. Na barragem do Descoberto, o volume útil é de 78,8%, segundo a última medição da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa). O reservatório iniciou o mês com 82,8% – uma redução de 4%. A estimativa da agência é de que a barragem feche o mês em até 52%, segundo a curva de referência.

Já o reservatório de Santa Maria entrou em agosto com 58,1% e estava, até ontem, com um índice de 56,7% – queda de apenas 1,4%. O valor de referência do mês para o reservatório é de 45%.

Recomendações durante o tempo seco

A otorrinolaringologista Manuela Dowsley, da clínica Otorrino DF, destaca que o clima seco provoca vários prejuízos à saúde.  A profissional elenca as principais recomendações à população:

Usar umidificadores de ar ou colocar uma vasilha com água ou toalha molhada no lugar onde irá dormir;

Manter a casa higienizada, arejada e ensolarada;

Tomar bastante líquido para hidratar corpo e secreções; hidratar as narinas com soro fisiológico, pingar colírio nos olhos

Evitar exposição prolongada a ambientes com ar-condicionado, já que este ajuda a ressecar o ambiente;

Realizar atividades físicas antes das 10h ou após 17h, quando o ar está mais úmido;

Forrar travesseiros e colchões com plástico, usar edredons ao invés de cobertores, retirar tapetes ou objetos que acumulem pó como livros, revistas, brinquedos de pelúcia e caixas;

Evitar produtos de limpeza com cheiros fortes;

Usar persianas laváveis;

Evitar plantas dentro da casa;

Não deixar ninguém fumar dentro de casa;

Usar roupas leves quando a temperatura estiver elevada;

Lavar as narinas com soro fisiológico pelo menos 3 vezes ao dia;

Evitar lugares fechados, ar condicionado e aglomerações de pessoas.

 

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