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Brasília

Cerca de 29 mil pessoas foram atendidas nas unidades da assistência social em junho

O número corresponde a um aumento de quase 305% referente ao mesmo período em 2019, quando foram registrados cerca de 9,5 mil acompanhamentos

Redação Jornal de Brasília

05/08/2020 12h49

Foto: Divulgação/Sedes

Balanço realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) mostra que, apenas no mês de junho de 2020, foram realizados 28.956 atendimentos nas 27 unidades do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e nos centros de convivência e fortalecimento de vínculos (CCFVs). O número corresponde a um aumento de quase 305% referente ao mesmo período em 2019, quando foram registrados cerca de 9,5 mil acompanhamentos.

O Cras Brasília, na 614/615 Sul, ficou em primeiro lugar, com 1.806 atendimentos em junho. No mesmo período, seguem-se as unidades do Recanto das Emas, com 1.473 registros; Guará, com 1.412; Planaltina, 1.365, e Arapoanga, 1.301.

“Os dados mostram que está dando certo a estratégia utilizada nas unidades de proteção social básica no Distrito Federal para manter o atendimento das pessoas em situação de vulnerabilidade e, ao mesmo tempo, garantir a proteção dos nossos servidores”, avalia a secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha. “Dessa forma, estamos também protegendo a população, com o acesso às políticas públicas e benefícios sociais.”

Como medida para evitar a disseminação do novo coronavírus, desde março, as unidades socioassistenciais estão processando a maioria dos atendimentos por telefone. As equipes também adotaram estratégias diferenciadas, como orientação por meio de grupos de Whatsapp e contato periódico para manter o vínculo com os adolescentes e as 2.185 famílias já monitoradas pelos SCFVs.

O relatório da Coordenação de Proteção Social Básica (CPSB) de junho contabiliza mais de 23 mil famílias atendidas, com registro de 15.316 solicitações de benefícios no terceiro mês da pandemia de Covid-19. A quantidade equivale a um aumento de mais de 432% em relação ao resultado aferido no mesmo mês em 2019, quando foram solicitados 3.545 auxílios socioassistenciais.

Gerente do Cras Paranoá, Lúbina Guadagnin reforça que o retorno dos usuários atendidos na unidade tem sido positivo pela maior facilidade nesse contato. “O atendimento telefônico é mais democrático que por senha, porque a pessoa está na casa dela; onde ela estiver, ela liga”, explica. “Pode não conseguir o atendimento no primeiro dia, devido à alta procura, mas ela vai conseguir. E, a partir do momento em que a demanda dela chega ao Cras, ela sabe que será atendida”.

Benefícios requisitados

Das concessões de benefício em junho deste ano, 11.974 eram de alimentação – como solicitação do Cartão Prato Cheio, uma forma de garantir a segurança alimentar e nutricional. O programa substituiu a entrega das cestas básicas emergenciais nesse período de pandemia por um cartão recarregável mensalmente com crédito de R$ 250, para o usuário fazer compras de supermercado e escolher os produtos mais adequados a cada família.

Chefe de família e moradora do Paranoá, a diarista Taynara Gomes, de 25 anos, foi uma das beneficiárias do Cartão Prato Cheio. Ela ficou sem renda em razão da crise econômica gerada pela pandemia 19 e precisou recorrer ao Cras para conseguir manter a alimentação dos filhos – um de 7 anos, outro de 4 uma de apenas dois meses.

“Eu estou desempregada, levei os meninos para o supermercado e eles fizeram a festa”, conta. “Comprei bastante verdura, carne, biscoito, macarrão. Liguei lá no Cras em junho e fui contemplada com o cartão. Pedi também o Auxílio Natalidade. A servidora me ligou, conversou comigo, pediu para eu contar um pouco da minha vida, me orientou e, desde então, venho sendo acompanhada. Achei o atendimento excelente, essencial.”

Pelo levantamento da Sedes, em junho, também foram concedidos 3.342 benefícios eventuais, como o Auxílio em Situação de Vulnerabilidade Temporária e o Auxílio por Calamidade – ambos no valor de R$ 408. O Auxílio Natalidade que Taynara Gomes recebeu é de R$ 200, em parcela única paga por criança nascida ou em situação de natimorto.

A divulgação regular do balanço de atividades da Sedes reflete o objetivo de dar transparência, promover registro histórico e subsidiar o planejamento continuado das ações socioassistenciais nas unidades de atenção básica. “É uma forma de ajudar a gestão a identificar as principais demandas da população e traçar estratégia de atendimento”, pontua Mayara Noronha Rocha.

Atendimento por WhatsApp

Uma das novidades de junho foi a criação do canal de WhatsApp da Sedes – o número (61) 99451-2943. Por meio de mensagens no aplicativo, a população pode tirar dúvidas e obter informações sobre os serviços da assistência social. “O atendimento é personalizado”, explica a coordenadora de Proteção Social Básica da Sedes, Nathália Eliza de Freitas. “Os profissionais da Sedes anotam CPF e dados pessoais do usuário para fornecer informações adequadas às necessidades de cada um”.

Em apenas 15 dias de serviço no mês de junho, foram atendidas 1.204 demandas de usuários pelo Whatsapp, a maioria referente a concessões de benefício de segurança alimentar e nutricional, informações sobre Cadastro Único e programa Bolsa Família e atendimento socioassistencial. Nesse último caso, o atendimento é feito exclusivamente pelo Whatsapp, já que o telefone fixo não recebe ligações.

Visita às unidades socioassistenciais

Para viabilizar a continuidade do serviço por meio remoto, a Sedes conseguiu, junto à Secretaria de Economia, mais 60 celulares para as unidades do Cras e 44 para os atendimentos realizados pelos centros de convivência. Também foram estabelecidas visitas semanais às unidades socioassistenciais para aproximar a coordenação e as diretorias das equipes que trabalham na ponta. A nova rotina ajuda a entender a organização específica da cada unidade.

“De acordo com a estrutura física, o número de servidores, a forma de acessar o serviço no Cras vai ser diferente; então, acho que quando a diretoria está na unidade, os gestores conseguem entender mais os impactos disso no trabalho”, destaca a gerente do Cras Paranoá. “É óbvio que eu tenho uma comunicação com a diretora, mas os outros servidores, quando veem essa preocupação das hierarquias com as unidades, [percebem que] isso facilita muito a negociação de processos de trabalho. A gente se sente acolhida.”

Com informações da Agência Brasília

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