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Brasília

Casos de dengue aumentam 2113,8% no Distrito Federal

Ministério da Saúde também divulgou que foram registrados 63 casos de dengue grave neste ano

Marcus Eduardo Pereira

12/09/2019 6h19

A Secretaria Municipal de Saúde realiza entrada compulsória em imóvel localizado no bairro do Flamengo. A atividade integra as ações da Prefeitura do Rio de combate à dengue em toda a cidade (Tania Rega/Agência Brasil)

Larissa Galli
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Os casos de doenças transmitidas pelo mosquito aedes aegypti aumentaram significativamente no Distrito Federal. Segundo dados do Ministério da Saúde divulgados ontem, a dengue avançou 2113,8% no DF, com um total de 35.531 casos entre dezembro do ano passado e agosto deste ano. No mesmo período anterior, o DF registrou 1.605 casos da doença.

Esse número representa uma incidência de 1.194,4 casos a cada 100 mil habitantes no DF. No ano passado, essa taxa era de 54 pessoas. O Ministério da Saúde também informou que foram registrados 63 casos de dengue grave e 824 casos de dengue com sinais de alarme. Esses números em 2018 eram de nove e três, respectivamente.

No Distrito Federal, 41 mortes por causa da dengue já foram confirmadas, o segundo maior número da região Centro-Oeste. O estado vizinho de Goiás registrou 46 mortes em razão da doença. No ano passado, somente uma pessoa morreu no DF por causa da dengue.

Questionada pelo Jornal de Brasília, a Secretaria de Saúde do DF informou que o boletim epidemiológico das arboviroses, que contabiliza os números de dengue e outras infecções, será divulgado até o fim desta semana. Em nota, a pasta também afirmou que “o trabalho de prevenção [da dengue] permanece sendo feito diariamente em todas as regiões administrativas, como as visitas domiciliares, atividades educativas, de manejo ambiental e físico, bem como o acompanhamento de perfil epidemiológico da região”.

No Brasil

A dengue avançou em todo o Brasil. Foram registrados 1.439.471 casos de dengue em todo o país, seis vezes mais do que o registrado no mesmo período do ano passado (205.791). A média é 6.074 casos por dia e representa um aumento de 599,5%, na comparação com 2018. No ano passado, o período somou 205.791 notificações. Atualmente, a taxa de incidência da dengue no país é de 690,4 casos a cada 100 mil habitantes

Apenas os estados do Amazonas e Amapá apresentaram redução de registros em relação a 2018. Minas Gerais é, até o momento, o estado com o maior número de ocorrências, com um total de 471.165. A região em que mais houve aumento no número dos casos foi a Sul, com 3224,9% a mais em comparação com 2018. O estado de São Paulo também se destaca com um crescimento de 3712% da doença. No Brasil todo, até o momento, foram confirmados 591 óbitos em razão da dengue e outras 486 mortes estão em investigação

Chikungunya

Entre dezembro de 2018 e agosto deste ano, foram 208 casos de chikungunya no Distrito Federal. Isso representa um aumento de 362,2% da doença, já que, no mesmo período do ano passado, 45 casos foram registrados no DF, com uma incidência de 1,5 pessoas a cada 100 mil habitantes. Os dados do Ministério da Saúde de 2019 mostram que, atualmente, a incidência de chikungunya no DF é de 7 casos a cada 100 mil pessoas.


Ainda de acordo com Ministério da Saúde, os casos de chikungunya subiram 44% em todo o Brasil, passando de 76.742 para 110.627. Neste ano, foram confirmados 57 óbitos em decorrência da doença no país, sendo um deles no Distrito Federal.

Alta também nos casos de zika

O DF registrou um aumento de 665,4% nos casos de Zika. No ano passado, foram 26 ocorrências enquanto em 2019 esse número subiu para 199, com incidência de 6,7 casos a cada 100 mil habitantes. No país todo, a infecção por zika passou de 6.669 para 9.813 casos, o que representa um aumento de 47,1%, causando duas mortes no estado da Paraíba.

Embora o número tenha aumentado no DF, os estados de Goiás e Mato Grosso apresentaram uma redução dos casos, e, por isso, entre todas as regiões, somente o Centro-Oeste registrou queda nas transmissões de zika, com uma diminuição de 35,4%.
A infecção por zika vírus na maioria dos casos é uma doença branda e tem cura espontânea depois de 10 dias. As principais complicações são neurológicas e devem ser tratadas caso a caso, conforme orientação médica. Todo o tratamento é oferecido, de forma integral e gratuita, pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Somadas, as três doenças provocaram 650 óbitos no Brasil. É como se 2,7 pessoas morressem por dia por causa das infecções causadas pelo mosquito aedes aegypti.
Com o aumento nos casos das infecções, o Ministério da Saúde antecipou a campanha de combate ao aedes aegypti, que deve ser lançada nos próximos dias. O objetivo é mobilizar estados, municípios e população para a adoção de medidas de prevenção contra o mosquito transmissor.

Saiba Mais:

O ministério aconselha que, durante o período de seca, a população mantenha ações de prevenção, como verificar se existe algum tipo de depósito de água no quintal ou dentro de casa. Outra recomendação é lavar semanalmente, com água e sabão, recipientes como vasilhas de água do animal de estimação e vasos de plantas.

Não deixar que se formem pilhas de lixo ou entulho em locais abertos, como quintais, praças e terrenos baldios é outro ponto importante. A limpeza regular das calhas, com a devida remoção de folhas que podem se acumular durante o inverno, é outro hábito que pode fazer diferença.

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