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Brasília

Caso Rubiana: Polícia trabalha com a hipótese de feminicídio

Dois homens e uma mulher foram presos ontem pela Polícia Civil do DF

Marcus Eduardo Pereira

05/11/2019 6h00

Foram presos nesta segunda-feira (04-11-2019) os suspeitos e possiveis participanetes da dinamica do crime contra Rubiana Rosa dos Santos, de 44 anos, encontrada morta em 21 de outubro em uma oficina veicular na altura da QE 40 do Guara.Foto: Vitor Mendonca/Jornal de Brasilia Data: 04-11-2019

Vítor Mendonça
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Foram presos na manhã de ontem três suspeitos de participarem do assassinato de Rubiana Rosa dos Santos, de 44 anos, encontrada morta no dia 21 de outubro em uma oficina de veículos na altura da QE 40 do Guará. A suspeita é que tenha havido crime sexual. Uarlei Alves de Lima, 29, Wilson Rodrigues Amodeu, 37, e Danúbia Mangueira de Santana, 23, foram encaminhados à 4ª Delegacia de Polícia (Guará II).

As prisões aconteceram por volta das 6h de ontem em duas localidades. Wilson e Uarlei foram presos no prédio onde o crime teria acontecido, na altura da QE 40 do Guará, e Danúbia foi detida em um hotel na região de Samambaia. Uarlei e Rubiana já tiveram um relacionamento amoroso anterior. Os dois se separaram, mas mantinham contato. Ele e Danúbia estavam juntos na época do crime.

“Há suspeita de crime sexual”, disse o delegado-chefe da delegacia, João Maciel Claro. “Uma testemunha informal e anônima me informou que ela estaria andando nua no prédio. […] Uarlei diz que Wilson tentou manter relações com ela e Wilson diz que foi o Uarlei”, continuou.

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) trata o caso como possível feminicídio, que é uma característica agravante ao crime de homicídio. A nomenclatura é confirmada quando o crime ocorrido se dá por motivações de gênero, isto é, quando a vítima é assassinada pelo fato de ser mulher.

O crime

De acordo com as investigações, os quatro estariam saindo juntos desde o dia 17 de outubro, consumindo bebidas alcoólicas e entorpecentes. Na dinâmica dos fatos que antecederam o crime, o último encontro do grupo teria começado por volta das 18h de sábado (19), quando estariam consumindo as drogas novamente.

Com base nas imagens de segurança próximas ao local, os quatro estariam socializando na rua de frente. Por volta das 00h35 de domingo (20/10), Rubiana entrou no prédio onde moravam os suspeitos para cozinhar algo para os parceiros, conforme relato dos suspeitos. Uarlei e Danúbia, na época companheiros, ficaram em frente ao prédio conversando. Wilson estava acompanhado de outros conhecidos na avenida. Quase uma hora depois, os três também subiram.

“Notamos contradições entre as filmagens e as falas deles [suspeitos], dizendo que estavam em locais que não estavam. A gente crê que houve crime naquele dia, possivelmente também com crime de estupro”, acrescentou o delegado.

As informações sobre a motivação do crime e o que aconteceu no apartamento, no entanto, ainda colocam as investigações em dúvida. “Ainda não podemos afirmar a dinâmica do que aconteceu lá em cima. Eu acredito que, para desovar o corpo, foram os três. Talvez os dois homens segurando ela em pé na janela e a mulher assistindo. Um só não teria condições de jogar ela sozinho”, afirmou o delegado.

O laudo da perícia da PCDF poderá confirmar o crime sexual. Sendo confirmada a suspeita, a investigação poderá considerar o homicídio com agravante de feminicídio. A pena para este tipo de contravenção varia o tempo de reclusão de 12 a 30 anos.

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