Matheus Venzi
[email protected]
Uma carga de aproximadamente 1,2 tonelada de droga, avaliada em R$ 3,5 milhões, foi incinerada pela Polícia Civil do Distrito Federal na manhã desta quarta-feira (4). As autoridades precisaram de uma autorização judicial e também de uma licitação para escolher a empresa que iria realizar o procedimento. Um deposito especializado na queima de lixo hospitalar, localizado no Setor Industrial de Ceilândia, foi escolhido.
De acordo com o delegado Leonardo de Castro Cardoso, da Coordenação de Repressão às Drogas da Polícia Civil Distrito Federal (CORD), até o mês de junho deste ano, aproximadamente três toneladas de entorpecentes foram apreendidas. “O que dá pra perceber é que estamos achando menos drogas e prendendo mais traficantes. Só em 2018, vamos chegar a 900 prisões”, prevê. “Esses criminosos estão mais cautelosos, deixam os grandes carregamentos armazenados no Entorno e o que entra no DF são apenas pequenas quantidades”, esclarece o delegado. Com isso, os traficantes têm menos prejuízos com as apreensões.
Entre os tipos de drogas queimadas, tinha maconha, cocaína, haxixe, rohypnol, ecstasy, lança-perfume, merla, entre outras. Todas as apreensões foram feitas nos últimos dois anos e as substâncias estavam armazenadas em um depósito no Complexo da Polícia Civil. Cerca de 50 policiais, nove viaturas e um helicóptero escoltaram a carga até o local da incineração. O Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) ajudou no controle do trânsito.
De acordo com Cardoso, existe a previsão para outra incineração em novembro. “Mesmo assim, essa data pode variar já que depende da quantidade do estoque. Se fizermos uma apreensão muito grande a queima dos resíduos pode ser adiantada”, explica o delegado.
De acordo com o operador de máquina que trabalha no depósito, Gesilvan Lima Oliveira, 28 anos, incinerar drogas é bem mais complicado do que queimar o lixo hospitalar, por exemplo. “É um material mais difícil de se desintegrar. Vai levar de três a quatro horas para queimar tudo. Se fosse lixo de hospital, seria bem mais rápido”, comenta.
Segundo ele, nunca ocorreu contaminações em seu local de trabalho. “Algumas pessoas já sofreram cortes pelas agulhas, mas, recebemos um acompanhamento especial e sempre somos examinados”, diz Gesilvan. De acordo com o operador, as máscaras não servem só para evitar a inalação dos entorpecentes. “Em qualquer tipo de material usamos as máscaras para evitar a fumaça tóxica. Não é só por causa das drogas não”, brinca.
Apreensões de drogas no DF: Janeiro-Junho 2018
Maconha: 1 tonelada e 815,852 quilos
Cocaína: 42,310 quilos
Crack: 30,028 quilos
Haxixe: 3,265 quilos
Ecstasy: 158 comprimidos
LSD: 504 micro-selos
Lança-perfume: 358 frascos