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Brasília

Caminhoneiros voltam a discutir greve após suspensão de julgamento

A negociação da nova tabela com o governo seguia em negociação e o julgamento era visto como preponderante para a categoria

Marcus Eduardo Pereira

29/08/2019 19h07

caminhoneiros

Foto: Reprodução

O julgamento sobre a constitucionalidade da tabela que prevê pisos mínimos para o frete foi suspensa pelo presidente do STF, Dias Toffoli. A ação que aconteceria na próxima quarta-feira (04/09) surpreendeu caminhoneiros, que começaram a discutir sobre uma nova greve.

A negociação da nova tabela com o governo seguia em negociação e o julgamento era visto como preponderante para a categoria. Uma proposta prévia foi considerada com valores muito abaixo do requisitado.

Líderes dos caminhoneiros divergentes sobre os próximos passos após a suspensão do julgamento. Marconi França, líder de Recife (PE), disse defender uma paralisação na próxima quarta. Já os líderes de outros estados, em conversas por Whatsapp, tentam antecipar uma possível greve já para a próxima segunda-feira .

“Acredito que querem nos chamar para um acordo novamente. Mas não vai existir mais acordo coletivo. Vamos manter a pegada, e, no dia 4, vamos amanhecer com o Brasil parado”, disse França.

Nelson Junior, o Carioca, de Barra Mansa (RJ), diverge sobre como a categoria deve proceder. Segundo ele, o adiamento ocorreu porque, muito provavelmente, a tabela seria considerada inconstitucional, o que revoltaria os caminhoneiros e poderia gerar uma greve.
Com isso, a categoria deve voltar para a mesa de negociações com o governo e o setor privado, diz o caminhoneiro.
O STF ainda não tem previsão para uma nova data de julgamento.


O adiamento da corte repercutiu no setor do agronegócio. Para a Abiove (Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais), o baixo desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) e a retração do setor do agronegócio em 0,4% anunciada nesta quinta-feira (29) pelo IBGE é reflexo da pressão sobre o setor produtivo, que sente os efeitos do tabelamento do preço do frete.


De acordo com André Nassar, presidente da Abiove, a paralisação dos caminhoneiros em maio de 2018 ainda interfere na retomada de crescimento econômico. “O tabelamento do frete é um impeditivo porque criou um cenário de insegurança jurídica e elevou os custos operacionais, comprometendo a geração de emprego e renda em nosso país”, disse ele.
Em nota, a associação disse ser “impossível tornar o Brasil mais eficiente com essa distorção no nosso mercado de transportes”.

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