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Brasília

Câmera lê temperatura corporal

Dispositivo já é utilizado no Aeroporto Internacional de Brasília e pode ser adotado por escolas

Vítor Mendonça

22/05/2020 7h02

Em ambientes de grande circulação de pessoas, uma câmera de segurança que afere a temperatura corporal pode ser uma das opções para quem precisa evitar ao máximo a propagação do novo coronavírus. Um dos primeiros e mais comuns sintomas para quem contrai a covid-19 é a febre e, portanto, a filtragem do fluxo de pessoas nesse aspecto pode apresentar resultados positivos em shoppings e escolas.

Um dos colégios que demonstrou interesse foi o Leonardo Da Vinci, que tem unidades nas Asas Sul e Norte e em Taguatinga. Segundo a instituição de ensino, estão sendo feitos levantamentos sobre quais métodos de aferição podem ser aplicados. “É importante conhecer todos os equipamentos disponíveis no mercado que ajudem a preservar a saúde e mitigar os riscos de contágios. […] Todas as ações têm sido pensadas para manter a segurança de toda a comunidade educativa”, afirmou a direção.

Para a reabertura das escolas, ainda sem data definida pelo Governo do Distrito Federal, a instituição ressalta que o “distanciamento entre pessoas, higienização frequente das dependências, reorganização dos espaços, medidas rigorosas de higiene pessoal e uso de equipamentos de proteção individual” são alguns dos critérios em avaliação pela direção para garantir a integridade da saúde dos
alunos.

“Além do momento ser crítico, ela pode aferir outras viroses, já que a febre é uma informação que o corpo dá para algo que está errado e precisa de socorro. Ela pode servir para o dia a dia normal de uma pessoa”, afirmou uma das revendedoras da câmera de segurança, Daniele de Oliveira Pereira, 42 anos, sócia da empresa Belkron Segurança Eletrônica. “O máximo de pessoas que ela consegue verificar são 30. Mas em um surto de caxumba, por exemplo, como aconteceu no ano passado nas escolas, ou sarampo, é um controle que se pode ter para evitar contágios das doenças ou mesmo cuidar delas antes que piorem”, complementou. Em Pequim, na China, estudantes também passaram a utilizar aparelhos de aferição de temperatura.

Ao Jornal de Brasília, a Secretaria de Educação informou que “ainda estuda qual o melhor equipamento adquirir para aferição da temperatura dos estudantes no retorno às aulas presenciais nas escolas públicas do Distrito Federal”. De acordo com a pasta, o levantamento em progresso leva em consideração “a eficácia e o custo benefício do produto”. Recentemente, o GDF adquiriu um tablet capaz de identificar se a pessoa aferida possui alguma deficiência respiratória e poderá ser uma das opções para examinar alunos quando a reabertura das escolas for autorizada.

Comércio

A opção ainda não foi avaliada pelo Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista), mas poderá ser adotada pelos comerciantes se o custo-benefício valer a pena para as lojas, que passam por um momento delicado economicamente. A opção de aparelhos eletrônicos para medir a temperatura corporal dos clientes, por outro lado, também não satisfaz a categoria até o momento. Segundo Sebastião Abritta, vice-presidente do sindicato, muitos comerciantes estão com dificuldade de conseguir o produto.

“Esses termômetros estão sendo difíceis de serem encontrados e, quando encontramos, está muito caro”, comentou Abritta. De acordo com ele, o valor de cada termômetro eletrônico gira em torno de R$ 315,00. “Apesar de, a princípio só precisarem de um em cada loja, não estamos achando em quantidade suficiente. Estamos em contato com algumas distribuidoras e atacadistas para indicar para o varejo”, afirmou. A necessidade se faz pela determinação do governador do DF, que em decreto publicado no último sábado (16), permitiu a abertura das lojas de calçados, roupas, corte e costura, e extintores.

O Aeroporto Internacional de Brasília foi pioneiro em adotar o sistema no embarque doméstico para monitorar possíveis passageiros febris. Um alerta é emitido caso alguém se encaixe no filtro, acima de 37,2º C. Além de medir a temperatura corporal, por meio de sensores faciais, a câmera consegue identificar quem está ou não utilizando máscara.

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