Raphaella Sconetto
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Moradores da Fercal protestam desde o início da manhã desta quarta-feira (5), na DF-150. O grupo de 60 pessoas pede que a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) retome o abastecimento de água, que foi cortado no início da semana por falta de pagamento. O líder comunitário admite a existência da dívida, mas alega ter havido um acordo com a Caesb. A empresa, por sua vez, desmente a informação, sugere motivação política da manifestação e declara que o reabastecimento ocorrerá assim que os débitos forem negociados.
Diego Rodrigues Matos, líder comunitário, explica que o problema envolve a comunidade Queima Lençol, que há seis anos usava a água de um poço artesiano. “Esse poço tinha a água salobra, que não é boa para consumo. A Caesb chegou com o objetivo de assumir o fornecimento de água, que traria a água tratada e doce para cá, mas nunca foi assim”, argumenta.
Manifestação na Fercal cobra o abastecimento de água. Foto recebida via WhatsApp
Segundo os moradores, assim que o governo assumiu o fornecimento, as contas começaram a vir caras. “Em uma casa de duas pessoas, por exemplo, veio R$ 800. Teve casa em que a conta era de R$ 3 mil”, afirma Matos. Por este motivo, ele reconhece que “90% da comunidade não está pagando a conta”. “Só algumas pessoas que pagaram por medo”, completa.
O homem alega que a Caesb acordou em reunião que perdoaria a dívida, mas depois voltou atrás. “Disseram que cobrariam uma taxa mínima de R$ 19, e somente após o término de uma obra”, explica.
“Desde o começo da semana está tendo um corte atrás do outro. Mesmo hoje, com manifestação”, critica Matos.
Manifestação na Fercal cobra o abastecimento de água. Foto recebida via WhatsApp
Versão oficial
Em nota, a Caesb negou todas as informações. “Essa informação da água salobra é absolutamente falsa. A água fornecida é de qualidade, e a mesma que vai para vários moradores daquela região. A Caesb não abastece mais a comunidade pelo poço artesiano”, aponta. “Também é falsa a informação de acordo para cancelar dívida. Um líder comunitário que está estimulando o movimento é candidato a deputado distrital pela Fercal”, acusa a assessoria de imprensa da companhia.
Líder comunitário é candidato a distrital
A empresa disse ainda que os clientes podem fazer o parcelamento da dívida pagando 10% de entrada. “Alguns moradores fizeram o acordo e tiveram a água religada. Poucos não aceitaram pagar a entrada. Ou seja, não fizeram acordo de negociação da dívida. Continuam com a água cortada”, esclarece, em nota.
Sobre a obra, a Caesb explicou que está ampliando a rede de abastecimento de água na região, “o que representa melhoria na qualidade de vida para várias famílias. Da mesma forma que está fazendo em outras regiões do Distrito Federal”.
Manifestação
De acordo com a Polícia Militar, a manifestação na DF-150 está pacífica. Mas o líder comunitário garantiu que o grupo só vai sair da rodovia quando as autoridades tomarem uma atitude. “Fomos até a administração, mas ninguém fez nada. As pessoas estão revoltadas e vão ficar na pista. O congestionamento está enorme”, destaca.
