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Brasília

Brasilienses lotam cartórios no último dia de regularização eleitoral

Arquivo Geral

09/05/2018 12h51

João Stangherlin

Jéssica Antunes
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É grande a movimentação nos cartórios eleitorais do Distrito Federal no último dia para regularizar a situação cadastral. Esta quarta-feira (9) é o prazo final para o eleitor requerer o título, alterar dados cadastrais ou fazer a transferência de endereço. Quem perder a data só poderá fazer qualquer mudança após as eleições, para os próximos pleitos. O horário de atendimento foi estendido e portas ficam abertas até 18h.

Aos atrasados, resta a espera. No cartório da 20ª Zona Eleitoral, em Ceilândia, a fila de eleitores dá a volta no prédio e brasilienses levam mais de duas horas até serem atendidos. Joelma Maria, por exemplo, chegou às 10h e perto do meio dia ainda estava distante dos guichês. Ela diz ter esquecido do prazo para mudar de endereço. “Não imaginei que teria fila. É algo simples, mas com muita burocracia”, reclama.

Desempregada há dez meses, a mulher de 45 anos conta que mudou-se de Samambaia para o setor P Sul, em Ceilândia, há oito anos, mas manteve a zona eleitoral. Agora, inconformada com a Política, resolveu fazer a alteração. “Não vale a pena nem votar, ainda vou gastar gasolina para isso?”, questiona.

Joelma Maria. Foto: João Stangherlin

Aos 18 anos, Fabiana de Sousa Alencar não tem escolha: precisa fazer o título de eleitor e participar, pela primeira vez, de eleições gerais. Ela explica ter deixado para o último dia por “pura enrolação”. “Faltou tempo. Fiquei enrolada fazendo curso, mas agora precisa, principalmente para faculdade, e é uma responsabilidade muito grande”, diz. Munida dos documentos necessários, ela também aguardava por duas horas na fila, com mais de 60 pessoas à frente.

Fabiana de Sousa. Foto: João Stangherlin

A espera é menor na 11ª Zona Eleitoral, no Cruzeiro, onde mais de 300 senhas foram distribuídas até o início da tarde. Cadeiras de plástico do lado de fora ajudam a aguardar, em média, 40 minutos. Ali, alguns acreditavam que, a esta altura, todos já teriam resolvido as pendências e as filas fossem pequenas. Outros, como o consultor André Poppi, 55 anos, crê em mudança de postura do eleitorado. “Tem a ver com o descontentamento com a política. Eu já não votava há duas eleições por desesperança. Agora, é a arma para tentar mudar alguma coisa”, opina. Ele se mudou de São Paulo para Brasília há seis anos e nunca havia transferido a documentação.

Horário ampliado

O prazo é previsto em lei, que prevê o fechamento do cadastro eleitoral 151 dias antes da eleição, prevista para outubro. Os serviços obrigatórios que devem ser regularizados são os de emissão da primeira via do título, alteração de dados, regularização de título cancelado, transferência de domicílio eleitoral e regularização da biometria para quem perdeu os prazos deste ano ou de anos anteriores. Os procedimentos devem ser feitos no cartório eleitoral ou posto de atendimento da cidade onde o eleitor vive. No site do TRE há endereços e telefones de todos os postos de atendimento.

João Stangherlin

Segundo o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), quem não regularizar as pendências não poderá votar nas eleições deste ano e não obterá a certidão de quitação eleitoral, necessário para como tirar o passaporte e fazer matrícula em instituição de ensino, por exemplo. O horário de atendimento nos cartórios foi ampliado. Geralmente os órgãos funcionam apenas no período da tarde, mas, desde segunda-feira (7), abrem as portas às 8h.

A partir de amanhã, os únicos serviços que poderão ser feitos em cartório, até dez dias antes das eleições, são emissão 2ª via do título eleitoral e certidão circunstanciada que são tiradas no cartório e concedida pelo juiz para resolver provisoriamente a necessidade de apresentar a quitação eleitoral enquanto o cadastro está fechado. A regularização só poderá ser feita após as eleições mediante o pagamento de multa correspondente às pendências com a Justiça Eleitoral. Até o ano passado, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o DF tinha 1,9 milhão de eleitores e cinco títulos estavam passíveis de cancelamento.

João Stangherlin

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