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Brasília

Black Friday: como não comprar compulsivamente

Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito Brasil (SPC), cerca de 85% dos consumidores admitem fazer compras sem planejamento algum

Aline Rocha

26/11/2019 13h08

Da Redação
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O espírito do poder de compra domina as propagandas e os desejos dos consumidores durante a época de Black Friday. Mesmo sabendo que a promoção pode trazer algo tão desejado mais rápido, é importante tomar cuidado para não comprar apenas por impulso.

Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito Brasil (SPC), cerca de 85% dos consumidores admitem fazer compras sem planejamento algum. Na mesma pesquisa, 47% dos entrevistados revelaram que o maior motivo para o gasto sem necessidade é a ansiedade, seguida pela insatisfação com a própria aparência, que atinge 44% do público.

Segundo a psicóloga Lia Clerot, o impulso é uma forma de compensação para suprir problemas de autoestima e inseguranças. “Acredito que a falta de visão de si mesmo e de amor próprio faz com que a pessoa desconte todas as suas frustrações e problemas em coisas externas, uns descontam na comida, outros na bebida e muitos nas compras”, ressalta a especialista. Segundo ela é preciso estar atento aos sinais, pois a pessoa que sofre desse mal vive num vazio constante, já que o prazer da compra é muito efêmero e se vai muito rápido, às vezes horas depois do bem adquirido.

Um alvo fácil para as campanhas e promoções de fim se ano são os mais jovens, como crianças e adolescentes. Conectados a todo tempo na web, onde tudo acontece com certo imediatismo, eles convivem a todo tempo com essa urgência de conseguir o querem o mais rápido possível e transmitem essa sensação aos pais na hora de comprar. “Nessa situação cabe aos pais avaliarem a necessidade de compra e não apenas satisfazer a vontade do filho. É válido ponderar quantos presentes a criança já ganhou, o real uso que ela fará dele e se precisa daquilo que está pedindo”, explica Lia.

Uma dica da psicóloga é evitar o cartão de crédito e o motivo está estritamente ligado a ínsula cerebral (responsável por, entre outras funções, coordenar as emoções). “Quando saímos só com dinheiro na carteira e gastamos um grande volume, visualmente aquela movimentação nos impacta, já com o cartão cria-se a ilusão de que não houve um gasto já que não se viu quantitativamente o quanto se gastou, ali no ato de pagar o caixa”, finaliza. Outra dica é contar até dez “pode parecer estranho, mas contar mentalmente aciona o aspecto racional e ajuda a controlar o impulso” revela. Outra boa medida é diferenciar a necessidade do desejo, por exemplo: se seu celular estraga, a compra de um novo é uma necessidade, porque você usa o telefone como meio de comunicação, mas se ele está em bom estado e você apenas quer um mais moderno, isso configura desejo.

Para o especialista em inteligência emocional, Fabrício Nogueira, relembra que os sentimentos, às vezes, reforçam as compras impulsivas. “A aquisição instantânea de algo, muitas vezes, é feita para suprir um sentimento, mas ela não preenche o vazio e não soluciona os possíveis problemas emocionais, por isso, nesse momento é melhor refletir sobre a necessidade de compra dos bens de consumo,” afirma o especialista.

O desejo é uma sensação de imediatismo muito comum na sociedade moderna. “Vivemos a geração fast food, ou seja, tudo é pra agora, e esse imediatismo é que acaba trazendo frustração e infelicidade. Acredito que a compra de algo que gostamos é importante, mas é necessário avaliar se temos a condição financeira para isso. A aquisição instantânea ou simplesmente ter algo porque o outro tem, não preenche o vazio e não resolve problemas, pensar melhor sobre as atitudes que tomamos é sempre uma boa solução para todas as áreas da nossa vida” ressalta Fabrício.

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