Menu
Brasília

Benefícios inflam gastos da CEB

Vantagens pagas aos funcionários aumentam déficit da empresa, que pode vir a ser controlada pela Aneel

Marcus Eduardo Pereira

29/05/2019 6h41

Foto, Michael Melo/Metrópoles

Lucas Valença
[email protected]

Diferente dos altos salários pagos aos servidores da Companhia do Metropolitano (Metrô-DF), os funcionários da Companhia Energética de Brasília (CEB) contam com dezenas de benefícios que multiplicam as remunerações recebidas pelos trabalhadores.

Os valores e os tipos de benefícios passam a extrapolar a realidade de empresas afins. O problema maior é que, caso o déficit da empresa, de aproximadamente R$ 60 milhões ao mês, não seja solucionado até agosto, os brasilienses podem acabar perdendo o controle da companhia para a Aneel, já que não conseguirá provar a saúde fiscal por dois anos seguidos.

Dados obtidos pelo Jornal de Brasília mostram que a folha de pessoal da CEB se tornou expressiva. Segundo informações obtidas no Buriti, o déficit da empresa só tem crescido e já demonstra um problema difícil de se resolver.

Para solucionar o problema, o governo já vem abordando o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para tentar obter um crédito de R$ 1 bilhão, o que daria liquidez à empresa.

Parte deste problema, no entanto, tem sido causado pelas dezenas de vantagens que estão listados no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), acatado pela empresa e gestões passadas. Com isso, o GDF já estuda uma maneira de “adequar” os privilégios “à realidade”, como informou uma fonte.

Auxílios e gratificações

Na CEB, o auxílio-creche ou auxílio-babá prevê o reembolso aos empregados de gastos com dependentes de até 72 meses de idade, ou seja, seis anos completos. Só que os valores se diferenciam. Para as famílias com bebês com até seis meses de vida, o valor atinge R$ 1 mil. Dos sete aos 36 meses, os responsáveis recebem quase R$ 360. O valor abaixa para quase R$ 300, quando a criança já está entre os 37 a 72 meses.

Quando o valor deixa de ser pago, aos seis anos, a CEB contribui com R$ 259, por ano, para a compra de “bolsa escolar” aos jovens. O benefício, no entanto, dura até os 24 anos. Quando universitários, os estudantes precisam comprovar a frequência semestralmente.

Em dezembro de 2018 os servidores receberam uma gratificação que foi além do 13º salário. Inclusos no vale refeição estava o chamado “Ticket Natalino” no valor de R$ 2.860. A empresa também paga uma participação dos resultados de 20% do lucro da CEB.

Dois valores são estabelecidos para o auxílio transporte. Para os inclusos na “Tabela A”, a quantia é de R$ 182,51. Já os servidores vinculados à “Tabela B” o valor sobe para R$ 220,31.

No acordo obtido, a definição de qual a referência de cada grupo não é explicada. Um valor também é estabelecido aos funcionários que se utilizam dos veículos da empresa. O chamado “adicional condutor”, paga entre R$ 77 a R$ 462 aos servidores a depender da frequência que utilizam os veículos.

Caso o funcionário da companhia esteja efetuando cursos profissionalizantes, de línguas, de pós-graduação, entre outros, a CEB reembolsa 80% do valor gasto. Segundo o texto do acordo, se o trabalhador prestar serviço nos sábados, domingos e feriados, “terá um acréscimo de 100% sobre a hora normal”.

Aos servidores que trabalham no período da noite, a CEB acrescenta 25% sobre a hora normal, por “adicional noturno”.

O documento conta com outras vantagens que serão divulgadas em separado. Os valores também são altos e que elevam o custo da companhia. Todos os benefícios citados à cima, se somam aos salários dos funcionários.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado