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Brasília

Auxílio emergencial não supriu perda de renda no DF

Comparativo de proventos do 1º semestre de 2019 e 2020 mostra falhas na distribuição do benefício

Redação Jornal de Brasília

28/10/2020 6h35

Aplicativo auxílio emergencial do Governo Federal. foto : Marcelo Camargo/Agência Brasil

Cezar Camilo
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Além dos impeditivos econômicos na geração de emprego por conta da pandemia do novo coronavírus, a covid-19 também trouxe índices históricos de queda na renda da população. Suspensão de contratos e demissões foram amenizadas com o auxílio excepcional de R$ 600 distribuído pelo Governo Federal.

O Distrito Federal, no entanto, faz parte dos seis estados brasileiros onde o auxílio emergencial não compensou a perda de renda bruta da população ativa no mercado de trabalho durante a pandemia.
Na média, o aporte do auxílio emergencial em todo o país foi superior à perda de renda da população que está empregada em qualquer setor da economia. Porém, no DF, a perda de renda pela população empregada representa o triplo do valor do aporte beneficiário destinado à Capital.

O estudo dos economistas Ecio Costa, da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), e Marcelo Freire, da Universidade Federal Rural de Pernambuco, comparou o 1º semestre de 2020 com o mesmo período do ano anterior.

Em outros termos, as variações apontadas indicam um cenário de retração severa na população economicamente ativa. “É o pior cenário da série histórica iniciada em 2012”, diz a introdução do artigo publicado em setembro.

Segundo relatório apresentado por Ecio Costa e Marcelo Freire, ambos do estado de Pernambuco, o auxílio concebido foi mais efetivo para suprimir os danos da pandemia nas regiões onde há maior número de cadastrados em programas sociais adotados pelo Governo Federal.

“Como o programa focou muito nos beneficiários nos cadastros sociais, não teve um impacto relevante no Distrito Federal”, analisa Ecio Costa.

Também nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul, o valor do benefício não superou a crise econômica gerada pela pandemia do novo coronavírus – agente causador da doença covid-19.

“Os estados do norte e nordeste sentiram o impacto no mercado de trabalho, mas foram regiões muito beneficiadas pelo auxílio emergencial. Quando a gente observa o todo, o volume aportado do auxílio mais do que compensou a perda na renda”, explicou o economista Marcelo Freire.

Segundo Freire, co-autor da pesquisa, não foi o caso de pessoas deixarem de receber o benefício. “A pandemia aprofundou as fragilidades do mercado de trabalho criando um cenário sem precedentes”, disse o pesquisador.

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