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Brasília

Atraso nas cirurgias leva professor a fazer vaquinha para deter um câncer

Ronaldo de Oliveira Filho recebeu o diagnóstico em julho, quando operações eletivas já estavam suspensas em função da pandemia

Redação Jornal de Brasília

03/09/2020 17h26

Tatiana Py Dutra
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Bacharel em Educação Física, Ronaldo Carlos de Oliveira Filho, 23 anos, vivencia um calvário. Em 3 de julho, ele foi diagnosticado com um câncer na glândula salivar. Com o lado direito do rosto comprometido e correndo o risco de perder o olho, o morador de Brazlândia luta para conseguir fazer uma cirurgia para deter o avanço do tumor.

Segundo Bianca Fernandes, namorada do rapaz, ele foi colocado na lista de espera como prioridade amarela (os procedimentos de urgência são chamados de prioridade vermelha). Como as cirurgias eletivas na rede pública estão suspensas desde junho, ele procurou a Justiça e conseguiu liminar para obter o atendimento. Mas nem assim conseguiu se operar, e vive uma em luta contra o tempo.

“A gente fica de mãos atadas. Depender de uma coisa urgente assim é desesperador”, comenta a namorada, Bianca.

Família e amigos abriram uma vaquinha online para reunir os R$ 200 mil necessários para a cirurgia e para a compra de próteses para reconstruir a face de Ronaldo. Até ontem, a campanha havia arrecadado pouco mais de R$ 72,3 mil. Você pode colaborar por meio do link.

Esperança

Ronaldo é uma das centenas de pacientes que esperam a retomada das cirurgias eletivas em função da pandemia de Covid-19. Desde a suspensão, em 29 de junho, a retomada dos procedimentos na rede pública foi prorrogada por três vezes. Hoje a Secretaria de Saúde trabalha com 6 de junho como data para a retomada.

E a esperança de que esse prazo se confirme foi reforçada pela intenção do secretário de Saúde, Osnei Okumoto, em reduzir o número de leitos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para Covid-19 até o fim do mês.

A possibilidade se dá justifica pelo número de vagas ociosas. Na quarta-feira (2), 230 dos 719 leitos destinados para pacientes com o novo coronavírus estavam desocupados. Ao todo, 455 estavam ocupados e outros 34 bloqueados. Se a taxa de ocupação, hoje em 66,42%, se mantiver, a partir de 26 de setembro, as vagas serão redistribuídas para outras especialidades.

“Todos os leitos instalados durante a pandemia serão aproveitados para reforçar o nosso sistema de saúde pública. Com a redução dos casos vamos começar a realocá-los”, disse.

Nos próximos dias, técnicos da Secretaria de Saúde começarão a planejar, junto aos hospitais, como será o cronograma de desmobilização.

 

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