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Brasília

Apoio ao Palácio do Buriti na CLDF sofre erosão por falta de articulação política da atual gestão

Arquivo Geral

14/10/2016 7h00

Atualizada 13/10/2016 23h04

Servidores idealizaram um boneco com nariz de Pinóquio para materializar o “Enrollemberg”, apelido que o governador ganhou das categorias. Foto: Lucas Ribeiro/Sinpol-DF.

“Quando Rodrigo Rollemberg tinha seis meses de governo, dei uma entrevista ao Jornal de Brasília e disse que eu ainda esperava começar a gestão. Agora, quase dois anos depois, e tanto eu quanto a população de Brasília temos a sensação de que ainda não começou”, dispara o deputado distrital Chico Vigilante (PT), ao fazer uma avaliação do gestor a quem faz oposição na Câmara Legislativa.

Saiba mais

  • Um decreto que pune os servidores que fizerem greve colocou até a base aliada contra Rollemberg.
  • O PDT, partido que faz parte da aliança desde a época da campanha, divulgou nota repudiando a decisão do chefe do Executivo. Para o partido, foi uma “atitude anti democrática, voluntariosa, inoportuna e com consequências negativas”.
  • O texto diz que o governador foi eleito com expectativa de seu eleitorado pela promoção de uma administração progressista, que respeita os trabalhadores, principalmente em suas reivindicações.

Para o petista, “o mais desesperador” é que a equipe do atual governo não dá nem sequer pistas de que alguma coisa possa mudar. “Ele não se entende nem com o vice-governador”, lembra Vigilante, referindo-se a Renato Santana (PSD), com quem Rollemberg tem uma guerra declarada.

Na Câmara Legislativa, o governo patina, com uma base pra lá de gelatinosa. “Os caras têm cargo no governo e votam contra o governo”, aponta Vigilante.

O deputado Raimundo Ribeiro (PPS), primeiro líder de governo na Casa, agora faz oposição ao chefe do Executivo, conforme lembra o distrital petista. “E a presidente da Câmara (deputada Celina Leão – PPS), escolha pessoal dele, virou inimiga do governador”, enumera.
Na opinião de Vigilante, faltam articulação e pulso firme a Rollemberg. “A sensação que eu tenho é que ele manda e ninguém obedece”, opina.

Frutos da inoperância

Os frutos da inoperância do chefe do Executivo já são sentidos pela população. Vigilante cita os números do desemprego, que, nas contas dele, superam os 20%. “Esta é uma situação gravíssima. Enquanto outros governadores estão tendo criatividade para resolver este problema, aqui só se fala em desesperança”, lamenta.

Na saúde, a situação também é “desesperadora”, diz o petista. O transporte está “caótico” e a segurança pública no mesmo nível. “Ele colocou à frente da secretaria uma senhora (Márcia de Alencar) que pode ser muito boa para a assistência social, não para a segurança”, alfineta, citando que “não se faz gestão de segurança pública com filosofia”.

Os números alarmantes mostram, conforme o deputado da oposição, “os maiores índices de violência da história” e a “democratização” da violência. “Vai do Sol Nascente ao Lago Sul”, observa.

Austeridade

Embora reconheça a lentidão do governo Rollemberg, Reginaldo Veras (PDT), que é deputado distrital da base aliada, diz que a gestão tem se destacado pela austeridade. “Concordo que o governo não mostra, na prática, políticas públicas que possam ser vistas pelo povo”, observa, ao citar que a população gosta de ver obras.

“Ainda que estejamos fazendo obras no Sol Nascente, Porto Rico e no Buritizinho, as áreas mais pobres do DF, o governo é ruim de comunicação”, diz o pedetista.

No Palácio do Buriti, o discurso permanece o mesmo: há uma crise financeira e orçamentária. E um rombo no caixa sem precedente. Ao Jornal de Brasília, na semana passada, o secretário da Casa Civil, Sérgio Sampaio, enumerou os feitos de Rollemberg desde o início da gestão, minimizando que a crise seja local. “Nós temos que olhar o cenário que nos cerca. Quando chegamos aqui, provavelmente tínhamos a pior situação dos estados. E conseguimos, neste período, avançar. Tanto é que poucos estados estão pagando os salários dos servidores em dia”, citou.

 

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