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Brasília

Apenas 35% dos atendimentos de saúde são feitos em homens

De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de um terço dos homens não procuram qualquer tipo de auxílio para melhoria de vida e prevenção de doenças

Aline Rocha

16/07/2019 13h43

O aluno de medicina Carlos Eduardo Garcia, de 27 anos, é supervisionado pelo médico e instrutor, Estevão Cubas Rolim (de óculos) enquanto atende paciente na UBS 2 do Itapoã. Foto: Dênio Simões/Agência Brasília

Da Redação
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Nos últimos 12 meses, apenas 35% dos atendimentos feitos nas unidades básicas de saúde do Distrito Federal foram para atender os homens. A realidade se repete em todo o país e, de acordo com o Ministério da Saúde, cerca de um terço dos homens não procuram qualquer tipo de auxílio para melhoria de vida e prevenção de doenças.

Além disso, a pesquisa indica que barreiras socioculturais interferem na prevenção à saúde, já que, em alguns casos, homens têm receio de descobrir alterações no organismo ou acreditam não ficar doentes. De acordo com a Política Nacional de Saúde do Homem (PNAISH), alguns homens não reconhecem a doença como inerente à própria condição biológica e acreditam que demonstra um sinal de fragilidade.

“Outra questão sempre apontada é que, por trabalharem fora, não sobra tempo para procurar uma unidade de saúde. Pensando nisso, desde 2017, o DF conta com unidades de saúde com horário de atendimento estendido, das 7h às 19h de segunda a sexta-feira, e das 7h às 12h nos sábados”, observa. Atualmente, 59 unidades de todas as regiões de saúde do DF contam com esse horário diferenciado.

Adoecimento

A falta de cuidado faz com que os homens morram mais cedo que as mulheres e de doenças que poderiam ser prevenidas, como acidentes vasculares cerebrais, infartos, câncer e doenças do aparelho digestivo.

Segundo Viviane Albuquerque, entre as causas de morte em homens, depois das causas externas, como acidentes e violência, estão as doenças do aparelho circulatório, tumores, aparelho digestivo e respiratório.

“O homem é mais vulnerável à violência. Por isso, em dezembro de 2018, foi iniciada, na Região de Saúde Oeste, uma capacitação em saúde mental, com a abordagem da temática da violência, para os profissionais que atuam nos Núcleos Ampliados de Saúde da Família”, conta Viviane. As capacitações ocorrerão durante todo o ano de 2019 e terão continuidade em 2020, com previsão de expansão para as outras regiões de saúde.

O uso de álcool e o tabagismo também estão sendo abordados nessas capacitações. “Estima-se que 2% de todas as internações de mulheres por transtornos mentais e comportamentais sejam decorrentes do uso do álcool, enquanto que, entre os homens, esse percentual representa 20% do total de internações”, ressalta.

Outra forma utilizada pela Secretaria de Saúde para atrair os homens para as unidades e voltar o olhar para sua saúde é o projeto Paternidade Responsável, por meio da inserção masculina nas consultas de pré-natal.

“Durante o acompanhamento do pré-natal, são realizadas, nos homens, as sorologias para HIV, sífilis e hepatites, além de exames de sangue para verificar taxas como colesterol, glicose e triglicerídeos”, conta Viviane.

É recomendado que os homens realizem consultas periódicas para avaliação física geral com o profissional de saúde, quando podem ser diagnosticados problemas específicos que exijam exames mais apurados.

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