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Brasília

Antes de voltar para natureza, chorume é tratado

Diariamente, cerca de 1,2 milhão de litros do líquido resultante da decomposição do lixo passa por tratamento criterioso antes de seguir para o curso do Rio Melchior

Redação Jornal de Brasília

30/01/2020 18h23

Diariamente, cerca de 1,2 milhão de litros de chorume (líquido resultando da decomposição de resíduos orgânicos) são tratados antes de ser lançados no Rio Melchior. O processo é periodicamente acompanhando por técnicos do Brasília Ambiental e da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa).

“Hoje, tratamos a produção diária de chorume com altíssima qualidade, dentro dos padrões do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente)”, explica o presidente do Sistema de Limpeza Urbana (SLU), Félix Palazzo.

Segundo ele, o tratamento segue um rito criterioso de acompanhamento e fiscalização. “Periodicamente o processo é fiscalizado e autorizado pelos órgãos de controle ambientais”, afirma. “Inclusive, os órgãos controladores já emitiram as autorizações para lançar a água no córrego, a partir da comprovação dos testes de laboratório que comprovaram a qualidade”, completa.

Dentro do aterro, o lixo chega de todas as 33 regiões administrativas do DF, em caminhões pesados. São mais de 2,7 mil toneladas de lixo despejados diariamente e compactados com a ajuda de escavadeiras. “Embaixo dessas montanhas de lixo fizemos um colchão drenante, que evita qualquer vazamento do chorume e conduz o líquido em segurança para tratamento na estação”, detalha Palazzo.

O líquido segue paras duas lagoas de contenção, onde recebe produtos químicos que iniciam o processo de purificação. Em seguida, o chorume segue para 16 filtros da estação de tratamento. “Ao final, temos um líquido com qualidade suficiente para escoar no córrego Melchior”, completa o presidente do SLU.

Até 10 de fevereiro, a empresa trabalha na instalação de mais um processo, o de ultrafiltragem. “A qualidade já é muito bom e vai ficar ainda melhor. Com isto, vamos deixar o líquido ainda mais transparente”.

O presidente do SLU explicou que o passivo de chorume acumulado em seis lagoas de contenção é fruto do planejamento inicial de operação do aterro. “Naquele momento, a preocupação era acabar com o lixão da Estrutural. Não se pensou no tratamento do chorume”, lembra Palazzo.

Por isto, até maio do ano passado, o lixo em estado líquido era levado para a estação de tratamento de esgoto da Caesb. “A companhia foi impedida de continuar com os serviços e enquanto encontrávamos uma alternativa, começamos a construir as lagoas de contenção”, explicou.

Hoje, o aterro administra o acúmulo de 45 mil m³ de chorume. Estão abrigados em seis tanques: um com capacidade para 36 mil m³; e outros quatro, com 5 mil m³ cada. “Todos são impermeáveis, cobertos com uma capa de isolamento de dois milímetros de espessura”, explica o gerente do Aterro da Samambaia, Cícero Carlos Gomes.

O problema será resolvido até o final do ano, após licitação de empresa especializada que vai operar o tratamento de um volume maior de chorume. “É algo que vamos resolver até o final desse ano. A nova licitação, que prevê a ampliação do tratamento em cerca de 50%”, calcula Palazzo.

Segundo ele, o novo contrato vai conseguir ampliar o tratamento avançando para os resíduos acumulados nas bacias de contenção. “Hoje, a produção diária é de 800 mil litros em época de chuva. Na seca, cai pela metade e conseguiremos trabalhar o passivo”, explica.

Palazzo descarta a possibilidade de transbordo das lagoas e a consequente contaminação de lençóis freáticos. “Em função das chuvas, estamos construindo mais duas lagoas. Estamos acompanhando com técnicos isto de perto. Nunca houve nenhum caso de transbordamento, porque a gente fica em cima”, conta.

Com informações da Agência Brasília. 

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