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Brasília

Alvim: ‘coloquei meu cargo à disposição do presidente Bolsonaro, para protegê-lo’

Fontes do Palácio do Planalto, no entanto, afirmam que Alvim já foi comunicado da decisão do presidente demiti-lo

Redação Jornal de Brasília

17/01/2020 14h00

O secretário da cultura, Roberto Alvim, afirmou, no início da tarde desta sexta-feira, 18, que colocou o cargo à disposição do presidente Jair Bolsonaro. A declaração foi feita em redes sociais.

Fontes do Palácio do Planalto, no entanto, afirmam que Alvim já foi comunicado da decisão do presidente demiti-lo. Na avaliação de governo, a situação estava “insustentável” e as falas do secretário com referências do ideólogo nazista Joseph Goebbels foram consideradas “inaceitáveis”.

Entenda

Em vídeo em que anuncia o Prêmio Nacional das Artes, o secretário de Cultura, Roberto Alvim, ao som de Wagner, cita textualmente trechos de um discurso do ideólogo nazista Joseph Goebbels.

A arte brasileira da próxima década será heróica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada”, diz Alvim no vídeo.

A arte alemã da próxima década será heróica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada”, disse Goebbels em pronunciamento para diretores de teatro, de acordo com o livro Goebbels: a Biography, de Peter Longerich.

O texto lido por Alvim em tom solene e pausado é bem mais longo, com outros trechos claramente inspirados pela ideia copiada de Goebbels. A peça de Wagner escolhida por secretário é um trecho da ópera Lohengrin, de Richard Wagner, que Hitler disse em sua autobiografia ter tido importância capital em sua vida.

Em sua longa fala, Alvim diz que a cultura sob Bolsonaro terá inspiração nacional, religiosa. “Trata-se de um marco histórico nas artes brasileiras”, diz ele, sobre o prêmio.

“2020 será o ano de uma virada histórica. 2020 será o ano do renascimento da arte e da cultura do Brasil”, encerra

Estadão Conteúdo. 

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