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Brasília

Além dos bombeiros, PM já foi alvo de reclamações das sirenes

Arquivo Geral

13/06/2018 20h59

Reprodução

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Matheus Venzi e Raphaella Sconetto
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A reclamação de um pequeno grupo de moradores de Águas Claras contra o barulho das viaturas do Corpo de Bombeiros foi a primeira já registrada na corporação. No Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e do Departamento de Trânsito (Detran), também não há qualquer registro de reclamações. Por outro lado, a Polícia Militar recebeu duas denúncias neste ano quanto às sirenes das viaturas.

O 25º Grupamento Bombeiro Militar, em Águas Claras, está localizado em área relativamente afastada dos residenciais. De um lado fica um Batalhão da PM e do outro estão dois prédios, separados por um terreno baldio. Um deles foi onde surgiu a iniciativa do abaixo-assinado, o Smart Residence.
A iniciativa vazou após o morador Victor Mattioli, 26 anos, criticá-la em um grupo no Facebook que reúne moradores da região. “Eu tive acesso ao documento e fiquei indignado. O Corpo de Bombeiros está ali para salvar vidas e ajudar a comunidade, só usam a sirene quando é realmente necessário”, pontuou.

Conforme o JBr. apurou, o único órgão com registros semelhantes é a Polícia Militar: foram duas desde o início do ano. Segundo a corporação, além do uso emergencial em determinadas ocorrências, os avisos sonoros são usados para transmitir a sensação de segurança.

“O aviso sonoro é utilizado para que a própria comunidade perceba que o policiamento está no local a fim de garantir a segurança de todos, afugentando, inclusive, pessoas que possam estar mal intencionadas. Ademais, os policiais se deparam com diversas situações cotidianas, como engarrafamentos, veículos parados em locais proibidos, motoristas com condutas irregulares, pessoas em atitude suspeita. O aviso sonoro pode servir como um alerta”, apontou, em nota.

Em nota, o Samu explicou que “o equipamento é usado como um dispositivo de solicitação de prioridades de passagem, seja no cruzamento com semáforos, ou durante todo trajeto da ambulância até o destino do atendimento. Ela é acionada, principalmente, em ocorrências de maior gravidade para otimizar o tempo resposta do atendimento”.

João Stangherlin/Jornal de Brasília

Sirene é obrigatória

O Corpo de Bombeiros explica a necessidade do barulho. Independentemente da viatura em questão, seja ambulância, veículo de combate a incêndio ou salvamento, é necessária a utilização dos sinais sonoros. Inclusive, é obrigação do condutor da viatura utilizá-los . O Centro de Comunicação da instituição informou ao Jornal de Brasília que essa é a primeira reclamação e que desconhece outras queixas.

Em nota, a corporação explicou que a sinalização garante a prioridade de trânsito, sem que gere outras necessidades de socorro ao longo do caminho. A regulamentação está prevista no artigo 29 do Código de Trânsito. “Os sinais sonoros somente são acionados quando estas se encontram em situações de socorro, visando proporcionar mais segurança não só para os militares que estão a bordo destas viaturas, mas para os veículos e para os pedestres, independente do horário”, apontou.

O CBMDF informou que de madrugada ou em horários em que as vias se encontram mais vazias, as viaturas se tornam mais vulneráveis a “condutores desatentos, embriagados, pessoas que julgam seguro atravessar o semáforo vermelho, motoristas que, por se encontrarem isolados no interior de seus veículos pelo vidro fechado, ar-condicionado e som alto ligados, não percebem o cenário à volta”.

João Stangherlin/Jornal de Brasília

Ação veio por pedido de moradora

O síndico do prédio Smart Residence, Leonardo Conte, explicou ao Jornal de Brasília que o abaixo- assinado foi encabeçado por uma moradora. “Ela se sentia desconfortável com a situação. Levando em consideração o tamanho do condomínio, ela imaginou que outras pessoas também poderiam se sentir incomodadas”, afirma.

“Eu, enquanto síndico, precisava saber se de fato mais pessoas se incomodavam. Então, autorizei que a moradora disponibilizasse o abaixo-assinado na recepção”, completa.

Ainda de acordo com Conte, o documento que viralizou se trata de um comunicado interno. “O abaixo-assinado não tem logo do condomínio, não é assinado por mim. Para informar aos demais moradores, soltamos o comunicado. Simplesmente, no meu papel de síndico, acredito que tenho que promover o bem-estar dos condôminos”, argumenta.

Poluição sonora

O Instituto Ambiental de Brasília (Ibram) é o responsável por registrar as denúncias de poluição sonora. No ano passado, foram 2.743 denúncia referentes a emissão de ruídos provenientes de som mecânico ou música ao vivo em estabelecimentos. Neste ano, foram 1.261 reclamações. Os números não incluem poluição sonora veicular.

Em 2017, Águas Claras teve nove locais autuados pelo órgão. De acordo com o Ibram, foram oito advertências e uma multa simples.

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