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Brasília

Agiotas colombianos tinham lucro alto com promessa de dinheiro fácil

Arquivo Geral

30/05/2018 10h35

PCDF/Divulgação

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Raphaella Sconetto
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Um grupo de 22 colombianos foi indiciado pela Policia Civil por ser suspeito pelos crimes de usura e associação criminosa. Os suspeitos emprestavam dinheiro a pequenos comerciantes de feiras e cobravam juros de 1% a 2% ao dia. Na manhã desta quarta-feira (30), a Coordenac?a?o de Repressa?o aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (CORF) cumpriu seis mandados de apreensão.

De acordo com o delegado Wilson Peres, a corporação investiga desde 2014 colombianos que atuam como agiotas no Distrito Federal. Por isso, já estão na terceira fase da Operação Bacrim. “Eles emprestavam valores baixos para muitos comerciantes. E faziam a cobrança no sistema que eles chamam de gota a gota, que é a cobrança do débito com os juros todos os dias”, explica. Peres exemplifica: se um empresário pegasse R$ 2 mil para pagar em 30 dias, os agiotas cobravam R$ 100 diariamente. “Eles ganhavam cerca de 50% de lucro ao mês”, completa o delegado.

João Stangherlin/Jornal de Brasília

Os colombianos dividiam o Distrito Federal em setores e grupos, sendo que cada um possuía um chefe. “Tinha apartamento com oito colombianos. O dinheiro tinha origem de cada chefe, e provavelmente eles podem ter trazido dinheiro da Colômbia”, aponta Peres. No Brasil, eles não possuem trabalho, viviam apenas da agiotagem.

Boca a boca

Entre os 22 indiciados, há uma mulher brasileira. Os empréstimos variavam entre R$ 500 a R$ 5 mil. A forma em que eles conquistavam cada vez mais vítimas era pelo “boca a boca”. “Iam nas feiras ou onde tivesse aglomerado de comerciantes e distribuíam cartões com telefone, com dizeres de ‘dinheiro fácil’, ‘empréstimo’, e o comerciante fazia contato telefônico e pegava o dinheiro”, indica o delegado. Todo o controle era feito por planilhas.

João Stangherlin/Jornal de Brasília

Nesta quarta-feira (30), a Polícia Civil cumpriu seis mandados de busca e apreensa?o nas cidades de Samambaia, Taguatinga, Riacho Fundo, Brazla?ndia e Guara?. Foram apreendidos 11 motos, R$ 20 mil em espécie, 20 celulares, documentos e uma porção de maconha.

Há possibilidades de o grupo ter enviado parte do dinheiro recebido para a Colômbia. No entanto, quem ficará responsável por essa investigação será a Polícia Federal.

Eles foram indiciados pelos crimes de usura, falsidade ideológica, falsa identidade e associação criminosa. Responderão o processo em liberdade, pois o Judiciário não determinou a prisão do grupo. “Falsa identidade porque eles davam nomes diferentes aos clientes e falsidade ideológica porque deram diversos endereços falsos pra os órgãos públicos”, finaliza o delegado.

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