Aline Rocha e Vítor Mendonça
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“Um pedaço de mim foi embora hoje”, diz a irmã do advogado Carlos Eduardo Marano, que desapareceu no fim da tarde em um lugar próximo à Península dos Ministros e o Clube Cota Mil no último sábado (1º). No final da tarde desta terça-feira (4) o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) encontrou, nas proximidades do clube Cota Mil, o corpo do homem.
Ele estava em uma festa em um iate junto com amigos, que não teriam notado o desaparecimento do advogado durante certo período na embarcação. As informações iniciais davam conta do corpo localizado entre as pontes JK e a Costa e Silva. As operações de busca e salvamento focadas no último perímetro iniciaram nesta terça-feira (4), quarto dia de procura.
Assim que a informação chegou, oficiais do CBMDF seguiram para o local. A família está no Grupamento de Busca e Salvamento do Setor de Clubes. A irmã, Daniela Marano, é consolada por outros entes enquanto musicas religiosas tomam o ambiente.
O CBMDF, entretanto, ainda não confirma que o corpo é do advogado. A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) foi acionada para realizar a perícia e confirmar a identidade. O corpo deverá ser enviado ao Instituto Médico Legal (IML), após reconhecimento prévio feito pela família, segundo informações repassadas pelo CBMDF. Segundo o capitão Daniel Oliveira, a vítima não estava na margem do lago, mas estava próxima ao local onde foi encontrado o boné.
“Foi um trabalho difícil porque a gente começou com pouca informação, mas acreditou na metodologia, analisando o fundo dos vídeos, as localizações das fotos, que a gente solicitou que amigos e pessoas que estavam na embarcação enviassem, pra gente definir a área de busca”, afirmou o capitão.
O cunhado do advogado, Renato Albuquerque, marido de Daniela e responsável pela administração das empresas da família, agradeceu todo o apoio que o CBMDF deu aos familiares durante as buscas. “Sem eles a gente não teria achado o Eduardo até hoje. Fica aqui o agradecimento, em nome da família, à esses homens que fizeram um grande trabalho, com uma dedicação incrível. A todo momentos nos auxiliaram, a todo momento nos deram apoio, estavam perto da família para dar o apoio necessário nesse momento difícil”, reconheceu Renato.
Questionamentos
“Quero acreditar que foi uma acidente”, afirmou Jorge Marano, 64 anos, tio do advogado, ao Jornal de Brasília. “Queremos primeiro encontrar o Dudu e depois entender a causa”, continuou o familiar, que ainda tem dúvidas sobre o ocorrido momentos antes de notarem o sumiço do defensor. Ele afirma que o posicionamento dos amigos e os relatos dados não ajudaram nas operações de busca feitas pelos militares.
“Tínhamos a opinião de que foi um acidente, mas pode ter acontecido outra coisa. Temos dúvidas sobre as circunstâncias”, disse. “Muito disseram sobre a personalidade dele depois que tudo aconteceu, mas temos visto pouca ajuda. O vídeo que indica onde ele pode ter sumido só chegou hoje por volta das 11h.”