Menu
Brasília

Polícia investiga espancamento de adolescentes em bar de Taguatinga

Arquivo Geral

20/11/2018 22h10

Foto: Kléber Lima/Jornal de Brasilia

João Paulo Mariano
[email protected]

Os pais de dois adolescentes estão aliviados com os filhos fora de risco depois de eles terem sido espancados por funcionários de uma boate de Taguatinga Sul, na madrugada de ontem. M., de 16 anos, e W., de 17, receberam alta, mas estão com escoriações por boa parte do corpo, em especial no rosto. A Polícia Civil investiga o caso como lesão corporal. A Administração da Regional da cidade não soube informar sobre a legalidade do espaço.

Tudo teria ocorrido em frente a boate People’s Lounge Bar, na QS 3, no Pistão Sul. Um grupo de nove amigos, a maioria adolescente, se encontrou no Taguatinga Shopping para assistir um filme. Como alguns deles perderam a sessão, resolveram ir a boate, onde ocorria a festa “Ressaca da Segunda”.

Bebida sem proibição

Apesar da proibição da entrada de menores de 18 anos no espaço, os adolescentes não tiveram dificuldade para comprar bebidas alcoólicas e fazer uso de narguilé. Depois de algumas horas no estabelecimento, após a 1h da manhã, o grupo resolveu ir embora.
De acordo com a ocorrência, teria sido neste momento que a confusão teve início. W. teria saído da boate com um narguilé na mão, mesmo com a proibição de que os objetos saiam do espaço. M., um dos jovens agredidos, confirmou a situação. Segundo ele, todos estavam se divertindo tranquilamente e ninguém pediu documentos para que os dois jovens entrassem na festa.

M. diz que, como tinha tomado muito álcool, não tem a memória exata de tudo o que ocorreu, mas lembra que de o amigo teria tido a ideia de sair com o narguilé. Ele não falou nada, só saiu do estabelecimento e foi em direção ao estacionamento, onde um dos amigos estava de carro e iria dar carona para todos voltarem para casa.

Nesse momento, M. afirma que o pessoal da segurança da boate se aproximou dos adolescentes e quis tirar satisfação com o outro adolescente. Em pouco tempo, as agressões começaram. “Eu fui tentar separar, mas acabei apanhando. Levei socos”, lembra o adolescente que está com olhos várias escoriações no rosto e no ouvido.

Após as pancadas, ele desmaiou. Quando acordou, estava desorientado e começou a vagar pela cidade. Foi encontrado caído na calçada de um comércio, a um quilômetro do local da briga. O pai do jovem, um representante comercial de 43 anos, tomou um susto quando foi avisado que o filho estava machucado na rua.

Para o pai, foi a primeira e última vez que o menino foi a boate. Ele se mostra indignado porque não havia nenhum tipo de vigilância para impedir que os adolecentes entrassem no estabelecimento. “Quem garante que não havia outras coisas para esses jovens provarem? Bateram muito no meu filho. Deixaram ele e o outro jovem muito machucados. Um monte de gente juntou para bater neles. Um absurdo”, diz o pai.

Além de ter sido espancado e ficado desacordado, M. teve um casaco, o tênis, uma corrente e o celular roubados. Ele ainda apresenta tontura e inchaço no ouvido.

Nenhum responsável pela boate explicou como os menores entraram.
Foto: Kléber Lima/Jornal de Brasilia

Jovens sem sequelas

O caso será investigado pela 21ª DP (Taguatinga Sul). O delegado-chefe da unidade, Raimundo Vanderly, afirma que, inicialmente, a situação é investigada como roubo e lesão corporal. Mas existe a possibilidade de, averiguada a gravidade do que ocorreu, o caso ser classificado como tentativa de homicídio. Ele diz que algumas pessoas foram ouvidas e está sendo verificada a possibilidade de câmeras de segurança terem captado o espancamento. Isso auxiliaria na resolução do caso. Tanto a família de M. como a de W. registraram ocorrência.

O padrasto de W. afirma que o adolescente está bem e que não teve nenhuma fratura, apesar de estar com o rosto bastante machucado. Ele tem hematomas nos braços e peito. O jovem não lembra com detalhes o que ocorreu porque ficou desacordado após as primeiras pancadas, mas teria dito que foi espancado por seguranças do local.

A reportagem do Jornal de Brasília procurou a direção da boate People’s Lounge Bar, mas nenhum responsável retornou as ligações. No estabelecimento, um funcionário disse que não estaria autorizado a passar informações e nem o contato da direção do local.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado