Débora Oliveira
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Lágrimas, cantorias e muita emoção. O final da manhã desta sexta-feira (28) foi marcado por homenagens ao ex-governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz. De acordo com a Polícia Militar, cinco mil pessoas, entre admiradores, familiares e amigos, estiveram presentes no cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, para dar o último adeus ao político goiano.
O cortejo foi recebido com muitos aplausos. Fãs da figura pública ainda se vestiram a caráter: roupas com os antigos números das eleições, bandeiras, faixas e balões azuis.
Aos 66 anos de idade, a enfermeira aposentada Benta Ferreira Lima fez questão de comparecer ao cemitério, com blusa, adesivo e bandeira da campanha realizada no ano de 1998, 20 anos atrás.
Benta conta o motivo pelo qual admirava o ex-governador: “O que me trouxe aqui hoje é muito amor. Amor pelo que ele fez por Brasília e também amor pela pessoa dele. Tenho muita admiração pelo homem visionário que ele era”.
Questionada sobre o motivo para gostar tanto de Roriz, Benta afirma que enxergava no ex-governador uma maneira considerada correta de governar. “Conheci pessoalmente e admirava ele como governador, ele governou para todos, desde os ricos lá do Lago Sul e do Plano Piloto até os pobres de regiões como Ceilândia,” explica Benta, que ressalta nunca ter recebido favores de Roriz.
Amigo da família, o empresário Ricardo Carvalho, de 35 anos, relembra a relação que tinha com o ex-governador ainda pequeno. “Meu pai foi administrador regional de São Sebastião, indicado pelo Roriz. Desde criança sempre acompanhava meu pai em todas as ações do Roriz, tive o privilégio de conviver dentro da casa dele, meu irmão era seu advogado, e minha família teve uma proximidade muito grande com ele”.
Para Ricardo, Brasília perdeu um grande homem. “O Roriz é um eterno governador, Brasília perdeu muito com a morte dele. Acho que ninguém vai substituir o que ele fez e o que ele foi. Roriz é o pai de todo mundo”, comenta.
“Pai dos pobres”
Abalada, Ângela Maria, de 64 anos, relembra que Joaquim Roriz era um político humilde. “Ele é um pai e nós estamos órfãos com sua perda. Ele é quem fazia a cidade funcionar, e agora acabou. Era nosso paizão, o pai de todos, pai de todas as pessoas simples. Ele era uma pessoa do povão mesmo, onde ele via a gente, chamava para abraçar. Vai fazer muita falta”, lamenta.