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Brasília

Acusado de matar companheira a facadas é preso 

O casal estava junto há 20 anos e tinham duas filhas, que se encontravam em casa no momento do crime

Redação Jornal de Brasília

26/09/2019 18h39

Paula Beatriz e Lucas Neiva
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Na tarde desta quinta-feira (26) a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu Iron da Cruz Silva, de 38 anos, suspeito de matar Queila Regiane Jane de 42 anos. Os dois eram casados há 20 anos e têm duas filhas, de 13 e 18 anos. Esse é o 23º feminicídio registrado no Distrito Federal neste ano.

De acordo co m o delegado Laércio Carvalho da 35ª Delegacia de Polícia, em Sobradinho II, Queila foi morta por três facadas, pelo menos. “Ele contou que houve uma discussão entre ele e a Queila, mas testemunhas negaram que tenha havido qualquer briga entre o casal”, revela o delegado. “Há uma testemunha que afirma que ele teria desferido os golpes contra a mulher enquando ela dormia.”

Na delegacia, Iron alegou que vinha desconfiando de traição por parte da companheira e que esse teria sido o motivo para matar a mãe de suas duas filhas. “Ele, porém, não deu nenhuma prova disso. Acredito que isso foi fruto da mente doentia dele”, contesta o delegado da 35ª delegacia. “Ele tem passagem pela polícia por tentativa de homicídio em 2006, também por motivo fútil e usando faca. A vítima sobreviveu por sorte”, finaliza.

Família inconformada

Prima em primeiro grau de Queila, Carla Silva não se conforma com o assassinato. “Eu acredito que tenha sido por ciúmes”, explica a vendedora para o Jornal de Brasília. “Ela tinha feito uma cirurgia bariátrica, estava magrinha, trabalhando. Ontem mesmo eles saíram para fazer compras juntos.”
A prima da vítima diz que a violência de Iron surpreendeu a todos. “Ele não bebia, não fumava, não saía”, conta Carla. “Ele estava sempre sorrindo. Não dá para entender o que aconteceu.”

Escalada de violência

No ano passado, foram registrados 45 homicídios com vítimas do sexo feminino e 28 feminicídios — morte de mulheres por familiares ou pela condição feminina —, um aumento de 52,3% em relação a 2017. Cerca de 1,7 ocorrência foi registrada a cada 100 mil mulheres. As vítimas eram, majoritariamente, negras (61%) de 30 a 34 anos (16,1%), companheiras ou separadas do agressor (88,8%) e possuíam apenas o ensino fundamental (70,7%). Além disso, a imensa maioria (65,8%) foi assassinada dentro da própria casa.

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