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Brasília

Acusado de fraudar exames em clínica de Samambaia vai a julgamento nesta terça

Clínica do Povo, com unidades em Samambaia e no Recanto das Emas, emitia laudos falsos de exames laboratoriais. Resultado de um paciente era replicado para vários. Pelo menos 61 pessoas foram vítimas gerando risco para a população

Redação Jornal de Brasília

16/09/2019 20h00

Da Redação
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Segundo o Ministério Público do DF o proprietário da Clínica do Povo, que mantinha unidades em Samambaia e no Recanto das Emas, Tiago Henrique Silva Gonçalves, será julgado nesta terça-feira (17) às 14h, na 1ª Vara Criminal de Samambaia. Ele foi denunciado pelo Ministério Público pelos crimes de estelionato (46 vezes), falsificação de documento particular (61 vezes), exercício ilegal da medicina e perigo para a vida ou saúde de outrem.

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) pede também que o réu seja condenado por danos morais ao valor mínimo de R$ 20 mil para reparar cada vítima identificada, além dos danos materiais. De acordo com a denúncia, entre março e novembro de 2017, o réu exerceu a profissão de médico sem autorização legal, pois não possuía a formação acadêmica necessária. Ele se apresentava como médico do trabalho, dizendo-se apto para realizar exames clínicos admissionais. Para isso, utilizava os carimbos dos médicos contratados pela clínica.

Ele também foi denunciado por falsificar exames laboratoriais de diversos pacientes. A Clínica do Povo mantinha contrato com a DB Medicina Diagnóstica Ltda. As amostras coletadas deveriam ser enviadas para a execução de análise laboratorial, recebendo assim um número único de pedido que, por sua vez, corresponderia ao laudo emitido com o resultado do respectivo paciente. Entretanto, as amostras não eram enviadas e o réu falsificava os laudos, ao replicar o resultado de um paciente para vários.

No entendimento do Ministério Público, o denunciado agia dessa maneira para obter vantagem econômica ilícita. Pelo preço de um laudo verdadeiro que a DB Medicina Diagnóstica realizava, o réu lucrava dezenas de vezes mais, replicando para inúmeros pacientes que nada tinham a ver com o material biológico examinado. “Os documentos falsificados eram entregues às vítimas que, induzidas em erro, acreditavam que o resultado recebido era referente à amostra que coletaram na Clínica do Povo. Ludibriadas, pagavam vantagem econômica indevida por tais exames laboratoriais falsificados”, explica a denúncia.

Em 2017, Tiago Henrique foi preso pela Polícia Civil na operação Falso Testemunho. As investigações apontavam que as amostras coletadas sequer eram examinadas e todo paciente recebia o mesmo diagnóstico – até o número do protocolo era repetido. A única diferença era o nome e a data de nascimento.

Com informações do MPDFT.

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