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Brasília

Acionistas aprovam privatização da CEB

Decisão foi tomada na manhã de ontem. 51% das ações da subsidiária

Lindauro Gomes

20/06/2019 7h16

Brasília (DF), 05/11/2015 – CEB Distribuição, Na EPTG – Companhia Energética de Brasília – Foto, Michael Melo/Metrópoles

Beatriz Castilho
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Com 6.845.463 votos à favor, acionistas da Companhia Energética de Brasília (CEB) decidiram que a CEB Distribuição será privatizada. A empresa é o braço da CEB que realiza a disseminação e o fornecimento de energia para 1 milhão de consumidores no Distrito Federal. Com a escolha, 51% das ações da subsidiária passam para a iniciativa privada.

A mudança foi deliberada na manhã de ontem, às 9h, na 98ª Assembleia Geral Extraordinária. Sem abstenções, a reunião computou apenas 444 votos contrários a privatização. Logo após a assembleia, a empresa divulgou um documento afirmando que a privatização tem “vistas a alcançar o equilíbrio econômico financeiro da Companhia”.

Atualmente, a CEB Distribuição possui uma dívida de R$ 1 bilhão, segundo dados do Relatório da Administração 2018. Segundo o levantamento, apresentado em abril deste ano, a subsidiária resultou um prejuízo de R$ 33 milhões para os caixas da Holding apenas no ano passado. No mesmo período, registrou quedas de 52% no patrimônio líquido e 186% na receita operacional.

Durante a realização do evento, funcionários da Distribuição fizeram um abraço simbólico na sede da empresa em protesto à decisão. O Sindicato dos Urbanitários no DF (STIU) também desaprovou a privatização e afirma que buscará na Justiça uma força de reverter a situação.

Para o diretor João Carlos Dias, a mudança é um erro. “Nós, que acompanhamos privatizações de outros estados, sabemos o que pode acontecer”, conta. “O estado de Goiás, por exemplo, em dois anos de privatização reajustou quase 40% do preço da energia. Hoje, o que se assiste lá, é de queixas de quedas de luz e piora de serviços.”

João acredita que, com a alienação de capital, o mesmo pode ocorrer no DF. Além da instabilidade na prestação de serviços, o diretor acredita que a mudança na subsidiária pode afetar os trabalhadores do local.

“Com a privatização, o que impera é o lucro a qualquer custo. Isso nos preocupa pela possibilidade de demissões em massa, terceirização de serviços e até acidentes de trabalho.”

Procurado, o diretor-presidente da CEB, Edson Garcia, não atendeu a reportagem. Desde o dia 4, ele ocupa a vaga de Wander Azevedo, demitido pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) por divergências sobre a privatização da subsidiária.

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