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Brasília

Academias e cinemas se preparam

Profissionais de educação física comemoram volta de aulas coletivas. Kinoplex reabre dia 10

Vítor Mendonça

04/09/2020 6h22

Foto: Vítor Mendonca/Jornal de Brasília

A preparação para as atividades em grupo já têm sido feitas nas academias do Distrito Federal. O decreto que flexibilizou modelo de aulas nas academias foi oficializado ontem por meio do Diário Oficial da Casa Civil local. Na noite da última quarta-feira (2), o governo já havia adiantado a volta a partir da nova publicação oficial.

As regras permanecem as mesmas, isto é, ainda são obrigatórios o distanciamento social de pelo menos 2 metros entre os praticantes das atividades em grupo, e o uso máscaras dentro das instalações. Se houver uso de equipamentos como tatame ou colchonete de propriedade da academia, é preciso fazer a higienização dos objetos, para quê a possibilidade de contaminação do novo coronavirus seja mitigada.

A determinação também libera o uso de banheiros e bebedouros das academias, bem como os chuveiros nos vestiários, mas com limitação máxima de duas pessoas. Da mesma forma, as piscinas para a prática exclusiva de atividades esportivas foi reaberta, com treinos de apenas um atleta por raia, respeitada a distância mínima de 2,5 metros entre cada um.

Bruno Montenegro, 24, personal trainer e professor de aulas em grupo em uma das academias 22 WinBox, no Jardim Botânico, avalia que as atividades em grupo nas academias são um incentivo para outros a continuar a prática de atividades físicas dentro dos ambientes. “Dou as aulas de abdominal e alongamento. Tem adesão não só pelo contexto da prática em si, mas pelo conforto das pessoas. As aulas coletivas chamam um pouco mais de atenção e levam ânimo, fazendo com que as pessoas tenho um desenvolvimento melhor com a atividade em si”, explicou.

Na opinião dele, a motivação do professor dos grupos faz toda a diferença para a prática, uma vez que gera dinâmica para aqueles que não se adaptam ao ambiente apenas de musculação. “Às vezes as pessoas não gostam de vir ou vêm porque são forçadas, então, mesmo que elas saibam a importância de empurrar um ferro, não gostam da monotonia. Quando trazemos uma aula mais energética, já gera um estímulo diferente”, acredita.

O proprietário da 22 WinBox, Marcelho Machado, comprova que, apesar de não ser a maior parte do percentual dos frequentadores das academias, as “atividades mais divertidas”, como ele as qualifica, possuem um “público fiel”. “É uma tendência. Nessa pandemia, as aulas on-line eram focadas nesses treinos funcionais, até para não ficarem paradas em casa, e muitos gostaram do treinamento. A dança e o alongamento juntam o condicionamento com o prazer. Os professores se especializam e são os artistas dentro dessas salas. Tornam-se fundamentais ali”, disse.

Teatros e cinemas

Também foi autorizada, no mesmo decreto, a retomada das atividades em teatros e a exibições de filmes nos cinemas da capital. As exigências dão conta de distanciamento mínimo de 2 metros entre os assentos dos estabelecimentos e a higienização das cadeiras entre as sessões, além da limpeza criteriosa dos aparelhos de ar condicionado, uma vez que os ambientes não possuem ventilação natural.

A venda dos ingressos deve acontecer exclusivamente nas plataformas on-line, a fim de evitar aglomerações e filas desnecessárias nas entradas dos locais.

Nem todos irão reabrir

Além dessas determinações, também devem ser seguidas a “organização dos fluxos de circulação de pessoas nos corredores e nas entradas e saídas das salas, de forma ordenada assegurando o distanciamento mínimo entre os clientes”, e o “estabelecimento de uma fileira de cadeiras ocupada e outra desocupada” nas salas de espetáculo ou cinema.

“Os cinemas do Brasil estão preparados para receber o público novamente”, afirmou o presidente da Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas (Feneec), Ricardo Difini Leite. De acordo com ele as companhias de exibição estavam ansiosas pelo retorno.

“Nós ficamos aliviados com a decisão. Acredito que gradativamente os estados vão liberar o retorno e até o fim do mês já tenhamos pelo menos 80% das salas de cinema reabertas”, complementou.

O presidente da Feneec afirma ainda que o cinema é um ambiente mais seguro que outros já reabertos durante o segundo semestre em Brasília e em outras cidades do país, como bares e restaurantes, onde a interação social e manuseio de objetos acontece.

“No cinema, nossos clientes assistem os filmes passivamente. Não existe a interação e as falas, por onde acontece a propagação do vírus [pelas gotículas de saliva]”, explicou Ricardo. “Podemos oferecer toda a segurança para nossos espectadores”, garantiu.

O Jornal de Brasília entrou em contato com as companhias de cinema da capital a que primeiro deve voltar às atividades é a rede Kinoplex, que pretende reabrir as salas na próxima quinta-feira (10). Por meio de nota, no entanto, a companhia Cinemark afirmou que, por ora, “ainda não tem data confirmada para a reabertura de seus complexos e não está se pronunciando sobre o assunto no momento”.

No Brasil, os primeiros estados a reabrir cinemas foram o Amazonas, em Manaus, e o Pará, em Belém.

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