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Brasília

A história de um prédio sessentão

Localizado na SQS 106, o bloco D foi o primeiro do tipo residencial a ser construído em Brasília

Marcus Eduardo Pereira

21/06/2019 6h17

João Pedro Rinehart
[email protected]

Há exatos 60 anos, erguia-se em Brasília o bloco D, da SQS 106, considerado o primeiro edifício residencial da cidade. Já em clima de aniversário da capital, no próximo ano, o bloco inaugura a Galeria de Fotos Históricas que documentam a construção da quadra. O evento ocorre hoje, 21, a partir das 19h, no salão de festas do prédio.

As fotos são de acervo pessoal do jornalista Chico Sant’Anna. São cliques feitos pelo pai, Cláudio Sant’Anna, durante a construção da quadra, em 1957 e 1958. As imagens evidenciam como foi o cenário no qual Brasília foi erguida. Em meio a muita poeira, estradas de terra, acampamentos improvisados, a quadra 106 da Asa Sul tornou-se marco inicial das moradias tão conhecidas da capital federal.

Síndica há 16 anos do bloco D, Suely Nacle De Roure conta como sente-se honrada em poder fazer tal comemoração de uma construção tão importante para a cidade. “Eu entendo que é uma responsabilidade muito grande”, afirma a professora de história aposentada. “Minha função, como professora de história é guardar o período e fazer uma homenagem às pessoas que trouxeram esse sonho para Brasília”.

O evento, de acordo com a síndica, será um sarau com músicas e histórias da época. Além, é claro, dos preciosos registros fotógraficos do arquivo pessoal de Chico Sant’Anna. Ela convida a todos para participarem e conhecerem mais da história de Brasília.

“A nação que não tem memória, é uma nação morta”, acredita. “Na época, eu morava na Cidade-Livre, hoje, Núcleo Bandeirante. A gente acompanhava a saga da construção da capital do país e me sinto orgulhosa de poder fazer essa homenagem para o primeiro bloco da cidade.”, conta.

Construção era complicada

A Kósmos Engenharia S/A foi a responsável pela construção dos primeiros 11 prédios residências da quadra. Além de Cláudio Sant’Anna, seus irmãos Hélio e Mário foram os responsáveis por chegar ao planalto central e montar o acampamento da obra. Deu-se, assim, início aos trabalhos.

Chico Sant’Anna conta como o pai e os tios enfrentaram diversas dificuldades. A começar pelo fato de que os materiais de construção só podiam ser adquiridos em Anápolis. Ná época, precisava-se pegar uma estrada de terra, que apenas veículo maiores, como jipes, conseguiam cruzar, por 150km até chegar à cidade.

Mesmo assim, isso não garantia que todo o material que se precisava fosse adquirido, pois a cidade no interior do Goiás tornou-se o pólo desse tipo de material, então apenas os primeiros a chegar conseguiam cumprir suas demandas.

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