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Brasília

6 mil pessoas perderam emprego

DF tem 150 mil lojas. Sindicato acredita que 12% não tornarão a abrir as portas após isolamento

Catarina Lima

09/04/2020 5h52

O setor de bares e restaurantes do Distrito Federal já demitiu 6 mil colaboradores desde o início das medidas restritivas impostas devido ao novo coronavírus. A informação é do presidente da Federação do Comércio do DF (Fecomércio), Francisco Maia. Também, segundo Maia, até o momento o BRB já liberou R$ 280 milhões da linha de crédito disponibilizada para atender empresas. “Nós não sabemos quando vai acabar totalmente o isolamento e, quando isso acontecer, as coisas não voltarão imediatamente a ser como antes” disse Maia para explicar que a crise o setor de serviços não tem data para acabar.

De acordo com a Fecomércio, antes do fechamento dos estabelecimentos comerciais existiam em Brasília 150 mil lojas de comércio varejista. Segundo Francisco Maia, 12% dessas empresas não reabrirão as portas após o fim das medidas de isolamento social porque não terão resistido ao fechamento e terão quebrado. “Nós da Fecomércio estamos estimulando as pessoas para que comprem dos pequenos comércios de suas quadras por meio de internet como forma de ajudar”, revelou.

Além do setor de bares e restaurantes, outro que preocupa a Fecomércio é o de eventos, um segmento que se encontrava em plena expansão na capital do País. O presidente do Sindicato das Empresas de Promoção, Organização, Produção e Montagem de Feiras, Congressos e Eventos do Distrito Federal (Sindeventos), Luís Otávio da Rocha Neves, disse que devido às medidas de combate ao coronavírus todos os eventos previstos para acontecer no primeiro semestre no DF foram cancelados. O primeiro que acontecerá será MotoWeek, previsto para o mês de julho.

“As empresas produtoras de eventos estão tentando remarcar o que foi cancelado para o segundo semestre”, explicou Luís Otávio.

Segundo o presidente do Sindeventos, a perda de receita para o DF com o cancelamento de eventos é expressiva. Para isso ele deu como exemplo um congresso com 2 mil participantes. De acordo com ele, a média diária de gastos por participantes R$ 900. Em cinco dias de realização do evento, o gasto gira em torno de R$ 9.000.000. Outro dado fornecido pelo presidente do Sindeventos é que um congresso para 2 mil pessoas envolve cerca de 30 empresas em sua organização.

Para exemplificar a dramaticidade do momento enfrentado pelo setor de serviços no Distrito Federal, a Fecomércio, que costuma encomendar pesquisa em épocas de festas como Natal, Páscoa, dia dos pais e das mães para saber como se comportou o consumo, desta vez não vai contratar nenhum tipo de estudo, já a perspectiva é de vendas muito fracas na Páscoa. “A situação é caótica”, resume o presidente da Fecomércio.

Imóveis

O vice-presidente do Sindicato de Habitação do Distrito Federal (Secovi), Hiram Davi, disse que no setor imobiliário ainda é cedo para dizer o que vai acontecer. No entanto, ele garante que até agora os aluguéis de imóveis residenciais não serão muito afetados pela crise causada pelo coronavírus, e o que maior problema deverá ser para os aluguéis comerciais. “Acredito a opção será pela negociação entre proprietário e locador. A primeira coisa a ser feita agora ter empatia pelo outro, se colocar no lugar dele, isso vale para os dois lados, locador e locatário”, disse Hiram

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