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Brasília

38º Campeonato Brasileiro de Marcha deve reunir mais de 40 mil pessoas

Arquivo Geral

13/11/2018 7h00

Atualizada 12/11/2018 22h17

Raça brasileira Mangalarga marchador faz sucesso Foto: Myke Sena/Jornal de Brasilia.

João Paulo Mariano
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Mais de 40 mil pessoas são esperadas no 38º Campeonato Brasileiro de Marcha (CBM), que vai até o próximo sábado (17) no Parque de Exposições da Granja do Torto. São criadores, avaliadores, cuidadores e visitantes apaixonados pelo mundo da raça brasileira Mangalarga marchador. A competição, que chega pela primeiro vez ao DF, vai escolher os dois animais, entre cerca de 500, que têm o melhor porte, beleza e, claro, a marcha mais bonita.

Neste ano, a novidade é que ocorrem dois eventos em um. Até o ano passado, havia duas competições separadas: uma para a marcha picada e outra para a batida. Segundo o presidente da Associação dos Criadores de Cavalo Mangalarga Marchador de Brasília (ABCCMMB), Caio Brasil, esse formato foi escolhido por trazer mais facilidade aos participantes.

Com entrada gratuita, quem for ao evento poderá acompanhar as competições bem perto da arena principal, onde os animais mostram sua exuberância. Eles e os cavaleiros vão de um lado para o outro com elegância. A tarefa não é fácil. Existe uma grande técnica por trás do treinamento e um jeito específico de marchar.

Se a marcha é do tipo Picada, o andar do animal será mais rápido, porém vai parecer mais macio. Na Batida, ele vai mais lento, fazendo com que o movimento do montador ficar mais tranquilo. O diretor da Escola Nacional de Árbitros (ENA), Carlos Augusto Sacci, explica que, mais do que a marcha, é preciso mostrar que os animais daquela fazenda específica estão sendo bem tratados e que têm possibilidade de crescerem e, assim, serem valorizados.

Ao todo, são 36 categorias na competição com mangalargas marchadores de diversas idades. As avaliações ocorrem até sexta-feira, para que o campeão de cada categoria concorra como o campeão dos campões, no último dia do evento, sábado. Neste dia será o escolhido o animal mais bem qualificado entre aqueles que ganharam nas categorias específicas.

Cerca de 500 cavalos vão competir ao longo da semana.. Foto: Myke Sena/Jornal de Brasilia.

Cavalo vencedor

O criador pernambucano Alexandre Saraiva, 52 anos, sabe muito bem o que é ter um campeão em seu plantel. Na última competição da área, a Exposição Nacional ocorrida em julho deste ano, em Minas Gerais, o seu cavalo saiu como o melhor da competição para a marcha.

“Para um cavalo ser campeão é um investimento muito grande. A gente sente que está mais preparado. Mas tem que ter paciência. O animal não se desenvolve de uma hora para outra. É uma preparação de um ano ou mais”, afirma Alexandre, que descobriu há dez anos a paixão pela criação de cavalos. De lá para cá, ele adquiriu vários animais da espécie mangalarga marchador e, atualmente, tem ao todo 650 deles.

Ele foi o último de seu estado a trazer animais para o DF. E considera que a distância dificulta, mas não poderia deixar de colocar, novamente, seu cavalo vencedor para competir. O equino de apenas 4,5 anos tem tratamento de rei. Quando perguntado se ele não acharia melhor trazer mais animais, ele é enfático: “Para ser campeão é preciso apenas um”.

“Para um cavalo ser campeão é um investimento muito grande. Tem que ter paciência. O animal não se desenvolve de uma hora para outra”.
Alexandre Saraiva,
criador pernambucano. Foto: Myke Sena/Jornal de Brasilia.

Mercado movimenta milhões

O evento é organizado pela Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM) e o Governo do Distrito Federal. A decisão pela capital ocorreu pelas facilidades geográficas e estruturais daqui. “A infraestrutura da Granja do Torto é boa, com 74 mil m². Tem também a localização central, que facilita tanto para os criadores do Norte e Nordeste e do Sul. A parte hoteleira e aeroportuária é agradável”, elogia o presidente da Associação dos Criadores de Cavalo Mangalarga Marchador de Brasília (ABCCMMB), Caio Brasil.

Além disso, ele analisa que as criações de cavalos mangalarga marchador aumentam com o passar dos anos no Distrito Federal. Os últimos dados contabilizaram mais de 20 mil animais mantidos por 333 associados. Há oito anos, o plantel local era de apenas 7.270 cabeças. Em 2017, foram cerca R$ 200 milhões movimentados na capital com esses animais.

Os dados nacionais são ainda mais impressionantes: foram mais de 16,15 bilhões movimentados nos últimos anos. Com isso, foram gerados 607.329 empregos diretos, como cuidadores, zeladores e veterinários. Sem contar os empregos indiretos que fazem esse número a chegar no patamar de 2,4 milhões.

A quantidade de animais no Brasil não é nada pequena. São cerca de 5,9 milhões de equinos. Isso faz com que o País tenha o terceiro maior rebanho do mundo, perdendo apenas para China e México.

“A infraestrutura da Granja do Torto é boa. E a localização central do DF facilita a chegada dos criadores”.
Caio Brasil, presidente da Associação dos Criadores de Cavalo Mangalarga Marchador de Brasília (ABCCMMB). Foto: Myke Sena/Jornal de Brasilia.

 


Saiba Mais

A entrada do evento, na Granja do Torto, é gratuita. Quem comparecer vai contar com uma estrutura montada com praça de refeição e lojas especializadas.

Para as crianças, existe uma fazendinha preparada para elas, na qual é possível ter contato com os animais e aprender um pouco mais sobre o mundo rural.

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