Recordo-me vividamente da minha infância, caminhando pela rua Israel Pinheiro, um nome bastante familiar nas pequenas cidades de Minas Gerais. Com passos breves de pernas ainda curtas, eu me apressava para não perder a primeira aula. Carregava nas costas uma mochila repleta de sonhos e ensinamentos que, por vezes, ainda surgem em minha memória.
Durante essas caminhadas, meu olhar curioso de criança absorvia cada detalhe ao redor: o céu de um azul límpido, o movimento dos carros, o comércio local, as vitrines fascinantes. E foi justamente o encanto de uma dessas vitrines que me fez parar e adentrar uma livraria certa vez. Lá, um livro chamativo, repleto de cores e ilustrado com um menino usando uma panela na cabeça, capturou minha atenção e me fez pausar minha pressa.
Ao folhear aquelas páginas, um universo inteiramente novo se desdobrou diante de mim, despertando compreensões e antecipando experiências que estavam por vir. Aventuras, romances, desafios escolares, brincadeiras – tudo era narrado sob a perspectiva daquele menino irreverente.
Ele era eu, era você, era um de nós! Minha gratidão a Ziraldo. Descanse em paz!