Em uma cena imaginária, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vestido de mestre-sala, tenta conduzir o desfile de um bloco carnavalesco chamado “Unidos da Popularidade”. No entanto, a bateria está fora de ritmo, os foliões dispersos, e a plateia, em vez de aplaudir, lança confetes de críticas. Lula, suando sob o calor do samba, percebe que sua fantasia de líder carismático está desbotando, enquanto tenta, sem sucesso, manter a harmonia do desfile.
Nos últimos meses, a popularidade de Lula tem enfrentado uma verdadeira “quarta-feira de cinzas”. Pesquisas recentes apontam que sua aprovação despencou de 35% em dezembro para 24% em fevereiro, enquanto a desaprovação subiu de 34% para 41% . Parece que o samba-enredo do governo desafinou, especialmente quando o preço do cafezinho matinal atingiu impressionantes R$145 por quilo, deixando os brasileiros mais acordados pelo susto do que pela cafeína .
Nem mesmo os tradicionais redutos de apoio estão imunes. No Nordeste, onde o “Bloco do Lula” sempre desfilou com aclamação, o apoio está se esvaindo como serpentina ao vento . E nas recentes “prévias” municipais, o “Galo da Direita” cantou mais alto, com partidos de centro e direita conquistando 63% das prefeituras, incluindo 20 das 26 capitais .
Diante desse cenário, Lula precisa reencontrar o ritmo e ajustar o passo, antes que seu desfile político termine antes do esperado. Afinal, no carnaval da política, quem não sabe sambar acaba saindo do desfile mais cedo.