Netanyahu e a Verdadeira Origem de Israel: A ONU ou a Porrada?
Imagine só a cena: dois amigos caminhando pela rua, aquele papo leve sobre política internacional. Um deles, o clássico “leitor de manchetes no celular”, vira e diz: “Netanyahu disse que Israel nasceu da vitória em uma guerra…” E o outro, meio filósofo, meio revoltado, retruca sem pensar: “Mentira! Não existe vitória em uma guerra!” A cara dos dois não deixa dúvida — a conversa está esquentando mais rápido que café de micro-ondas.
E aí começa o debate. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, jogou lenha na fogueira ao afirmar que Israel não foi criado pela ONU, mas sim na base da “porrada”. Quer dizer, da “vitória obtida na guerra de independência”, segundo ele, regada a muito sangue, suor e sobreviventes do Holocausto. Para Netanyahu, o Estado só existe hoje por causa de quem lutou com unhas, dentes e fuzis na guerra árabe-israelense de 1948. A ONU? Apenas uma figurante nesse drama.
Mas, claro, todo mundo sabe que a história é um pouco mais complicada que isso. Antes da guerra, a ONU, na maior boa vontade diplomática, aprovou um plano de partilha da Palestina em 1947, criando um Estado judeu e um Estado árabe. Aí que está o ponto: Macron (opa, falei dele sem querer) e muitos outros lembram que essa resolução foi essencial. Sem ela, Israel não teria nem “onde cair morto”, digamos assim.
Agora, Netanyahu prefere destacar o lado mais “ação”, tipo filme de guerra: batalhas épicas, heróis, sobreviventes do Holocausto, com direito a uma referência à França de Vichy para apimentar a discussão. Afinal, ele parece dizer, o que importa mesmo não é quem assina o documento, mas quem pega a metralhadora.
O amigo da charge? Talvez ele esteja certo em outro sentido: se guerra tem “vitória” é algo muito discutível. Mas no meio desse debate todo, uma coisa é certa — no quesito “quem fez Israel existir”, há mais crédito sendo distribuído que em Black Friday. A ONU tem seu papel, mas, segundo Netanyahu, foi mesmo o suor da batalha que definiu a história. Quem diria que a briga para criar um país poderia virar um cabo de guerra entre “diplomacia” e “porrada”?
Moral da história: o que começou na ONU terminou no campo de batalha, e até hoje cada um conta essa história do jeito que mais lhe convém. Mas uma coisa é clara — na guerra das versões, ninguém sai vencedor tão facilmente.