O governo anunciou que está apostando na Inteligência Artificial (IA) para revolucionar o setor público. A ideia é usar a tecnologia para tarefas que vão desde análise de documentos até a identificação de fraudes no Bolsa Família. Parece promissor, mas quem já lidou com filas intermináveis e sistemas que “caem” na hora do almoço deve estar se perguntando: será que a IA vai aguentar o tranco? Afinal, até as máquinas precisam de um pouco de paciência para encarar a burocracia brasileira.
A implementação de IA no setor público inclui desde assistentes virtuais para consultas legislativas até ferramentas que analisam dados complexos para prever problemas. O Tribunal de Contas da União, por exemplo, já usa sistemas que ajudam a detectar irregularidades em licitações. Mas vamos combinar: se a IA fosse realmente esperta, talvez já tivesse pedido exoneração antes mesmo de começar. Afinal, trabalhar para o governo não é tarefa fácil nem para algoritmos.
Entre os desafios, estão questões éticas e a necessidade de treinamento para os servidores públicos que usarão a tecnologia. Isso levanta outra dúvida: será que a IA vai sobreviver ao choque de realidade ao encontrar sistemas que ainda pedem “duas vias autenticadas”? Se o histórico de modernizações no governo serve de exemplo, talvez o maior teste da IA seja descobrir como preencher formulários que ainda precisam ser impressos e assinados à caneta.
Por enquanto, seguimos na torcida para que a IA tenha sucesso. Se tudo der certo, quem sabe um dia ela até ajude a reduzir as filas no INSS ou agilizar o atendimento no SUS. Mas, se a tecnologia decidir “sair fora”, não podemos culpá-la. Inteligência, afinal, é saber quando é hora de desistir.