Imagine a seguinte cena: um consumidor desavisado corre desesperado enquanto é abordado por dois vilões inusitados—um fogão e um botijão de gás, ambos de cara fechada e prontos para o crime. “Perdeu, mané!”, grita o fogão, enquanto o botijão reforça: “Isso é um assalto!”. Mais atrás, Lula observa a situação e comenta com ironia: “Já sabe quem xingar.”
A situação ilustra uma crítica recente feita pelo presidente, que afirmou que os verdadeiros culpados pelos altos preços dos combustíveis não são o governo ou a Petrobras, mas sim os intermediários na cadeia de distribuição. Segundo Lula, a população paga quase o dobro do valor original da gasolina, diesel e gás, mas, na hora de reclamar, a culpa sempre cai sobre o governo.
Ele explicou que:
- A gasolina sai da Petrobras por R$ 3,04, mas chega ao consumidor por até R$ 6,49.
- O óleo diesel custa R$ 3,77 na refinaria, mas é vendido nos postos por R$ 6,20.
- O botijão de gás de 13kg sai da Petrobras por R$ 35, mas nas revendas pode custar mais de R$ 100.
Ou seja, no meio do caminho, impostos, distribuidoras e revendedores aumentam os preços, mas a indignação popular acaba sendo direcionada ao governo e à Petrobras.
A cena representa justamente essa questão: os combustíveis “assaltam” o consumidor a cada compra, mas na hora de encontrar um culpado, todos já sabem quem xingar—mesmo que não seja quem realmente está lucrando com os aumentos. No fim, o brasileiro sente no bolso e no dia a dia o peso desse “crime”, sem saber exatamente quem são os verdadeiros responsáveis.