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Desastres climáticos ou alienígenas

Em um universo paralelo onde a responsabilidade é um mito e a seriedade um fóssil, a política é apenas outro nome para o teatro absurdo

Redação Jornal de Brasília

12/05/2024 18h55

Numa sala opulenta, onde os lustres pendem como joias gigantes, dois políticos, visivelmente desconfortáveis em suas cadeiras ornamentadas, engajam-se numa conversa que soaria cômica, não fosse tragicamente real.

— Devemos culpar os desastres climáticos! — exclama o primeiro, ajustando o nó da gravata como se isso fosse apertar sua convicção.

O segundo, com uma expressão que mistura perplexidade e um desejo profundo de estar em qualquer outro lugar, responde: — Desastres o quê? Isso é algum novo tipo de comida?

O primeiro, momentaneamente atordoado pela resposta, recupera-se: — Não, homem! Desastres climáticos! Tempestades, enchentes, secas devastadoras… Aquelas coisas todas que acontecem quando o tempo decide virar nosso inimigo.

— Ah! — exclama o segundo, como se uma lâmpada imaginária acendesse acima de sua cabeça. — Mas isso não é só coisa de filme? Temos que culpar essas coisas agora?

— Sim, é perfeito! Quando algo der errado, nós simplesmente apontamos para o céu e dizemos que é culpa do clima. Assim, não precisamos fazer nada realmente!

— Entendi… E se perguntarem o que estamos fazendo a respeito?

— Dizemos que estamos formando comissões, realizando estudos, incentivando debates… — responde o primeiro, com um sorriso malandro.

— E isso vai funcionar?

— Claro que sim! Até lá, já teremos outra desculpa preparada. Talvez possamos culpar os alienígenas na próxima vez!

Os dois caem na gargalhada, como se tivessem acabado de ouvir a piada mais engraçada do mundo. Afinal, em um universo paralelo onde a responsabilidade é um mito e a seriedade um fóssil, a política é apenas outro nome para o teatro absurdo.

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