Imagine a cena: três políticos, engravatados e com jeitão de quem manda e desmanda, trocando confidências nos corredores. Cada um arrasta uma minhoca simbólica presa na cintura, uma clara representação do famoso “é meu e faço o que quiser!”. E o motivo? As emendas parlamentares, que nos últimos dias voltaram a ser pauta de disputas no Congresso Nacional.
Nesta terça-feira, 02, o governo e o Congresso continuam dançando no fio da navalha quando o assunto é o uso dessas emendas, um pedaço generoso do orçamento público. No Orçamento de 2024, as emendas parlamentares atingiram impressionantes R$ 52 bilhões, divididos entre as de comissão, individuais e de bancadas estaduais. Um recente acordo garantiu R$ 4,2 bilhões extras para projetos de desenvolvimento urbano e turístico, enquanto setores como saúde e educação ainda esperam a sua fatia com impaciência. Mas, como na charge, o sentimento dos políticos parece ser o mesmo: “A emenda é minha, faço o que quiser”.
O drama aumenta com a articulação política. De um lado, o governo tenta conter excessos, alegando restrições orçamentárias e a Lei de Responsabilidade Fiscal. Do outro, parlamentares esfregam as mãos, já pensando em onde e como aplicar esses recursos. Como resultado, o debate vira um show de bastidores, onde vetos e negociações dão o tom. Enquanto isso, a população, que deveria ser a beneficiária final dessas verbas, assiste ao espetáculo sem saber se as minhocas vão virar colheita ou só mais um rastro no chão.
E aí, qual será o próximo capítulo? Fica a dúvida: será que as emendas vão realmente servir ao bem público, ou continuarão sendo usadas como moedas de troca e trampolins políticos? Enquanto não temos essa resposta, resta observar os “políticos-minhoca” em ação, puxando suas emendas como quem diz: “Aqui, só manda quem mexe!”