Patrícia Fernandes
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O acidente vascular cerebral (AVC), conhecido popularmente como derrame, não é mais um mal que acomete exclusivamente as pessoas com mais idade. A doença também vem fazendo parte da realidade da população mais jovem. Em Brasília, do total de óbitos registrados em decorrência do AVC, no ano passado, 13.3% das vítimas tinham menos de 45 anos. Das 278 mortes computadas, 37 registros foram de pessoas com menos de 45 anos.
Já no Brasil, entre 2000 e 2010, mais de 62 mil pessoas com menos de 45 anos vieram a óbito em decorrência de derrame. Nos últimos 12 anos, mais de 180 mil pessoas, nessa faixa etária, foram internadas em todo o Brasil com o diagnóstico.
Segundo o neurologista Ronaldo Maciel Dias, o aumento do mal entre pessoas mais jovens está ligado ao estilo de vida atual: “O estresse, a alimentação desregrada, o tabagismo, a hipertensão e o uso prolongado de anticoncepcionais são fatores de risco”, informou.
De acordo com o médico, é importante que as pessoas adotem hábitos saudáveis antes que seja tarde. “É recomendável ter uma alimentação saudável, praticar exercício físico, não fumar e não beber. Além disso, fazer exames periódicos. O ideal é não esperar os sintomas se manifestarem para procurar o médico”, disse.
O especialista destaca que as mulheres devem ter cuidado especial com o uso de anticoncepcionais. “Usuárias crônicas têm maior pré-disposição a sofrer AVC, pois o sangue coagula, endurece, forma um trombo que migra e pode parar em uma determinada parte do corpo, que pode ser no cérebro”, avisa o especialista.
Economia
Ele destaca que a incidência da doença em indivíduos jovens também afeta a economia do País. “A doença vem acometendo pessoas economicamente ativas. Mesmo que em alguns casos não seja fatal, pode provocar incapacidade”.
Nos casos de acometimento do derrame, é importante lembrar a importância da agilidade no atendimento. Isso porque o tamanho do dano está diretamente associado à sua extensão. Quanto maior a área, mais graves as sequelas. Quanto mais rápido for controlado, menores as regiões atingidas. Há duas ações que devem ser tomadas após o diagnóstico. Se o caso for de AVC hemorrágico, é necessário baixar a pressão arterial, evitando que o sangue continue sendo bombeado com vigor. No AVC isquêmico, deve-se ministrar os remédios trombolíticos.
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