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Brasília

Wolbitos são soltos no Distrito Federal para ajudar no combate à dengue

Ação inovadora da Secretaria de Saúde abrange dez regiões administrativas e dois municípios goianos, com monitoramento para avaliar impacto na redução de casos

Redação Jornal de Brasília

24/09/2025 18h09

Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF

Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF

Antes das 7h desta quarta-feira (24), equipes da Vigilância Ambiental em Saúde (Avas) iniciaram a soltura de mosquitos Aedes aegypti inoculados com a bactéria Wolbachia, conhecidos como wolbitos, para combater doenças como dengue, zika e chikungunya. A operação começou na biofábrica localizada no Guará, de onde os caixotes com os insetos foram enviados para dez regiões administrativas do Distrito Federal e dois municípios goianos.

Os wolbitos estão sendo liberados em Planaltina, Brazlândia, Sobradinho II, São Sebastião, Fercal, Estrutural, Varjão, Arapoanga, Paranoá e Itapoã, além de Luziânia e Valparaíso, em Goiás.

De acordo com o chefe do Núcleo de Controle Químico e Biológico da Secretaria de Saúde (SES-DF), Anderson Leocadio, a ação exige um planejamento minucioso.

“Todo o trabalho foi cuidadosamente planejado para chegar a cada comunidade. Não se trata apenas de soltar mosquitos, é uma ferramenta inovadora de proteção à população”, explicou.

Os agentes utilizam um sistema de mapeamento para registrar os pontos de soltura. Após a liberação, os potes retornam à fábrica para higienização e reutilização. No dia seguinte, a rotina se repete em novas áreas mapeadas.


Moradores aprovam iniciativa

Para os moradores, a novidade traz esperança no combate às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Caleb Ferreira, 23 anos, da Estrutural, aprovou a ação:

“Achei muito interessante. É um negócio que eu nunca tinha ouvido falar. Minha mãe pegou dengue e quase morreu. Desde então, redobramos os cuidados, sempre virando pneus e olhando as calhas”, contou.


Método Wolbachia

A bactéria Wolbachia, de ocorrência natural, é segura para seres humanos, animais e meio ambiente. Ela impede que o mosquito desenvolva os vírus da dengue, zika e chikungunya, bloqueando a transmissão.

Os mosquitos com Wolbachia se reproduzem com os selvagens, passando a bactéria para as próximas gerações. Quando um macho infectado cruza com uma fêmea não infectada, não há nascimento de filhotes, o que ajuda a reduzir gradualmente a população transmissora.

O método já demonstrou eficácia: em Niterói (RJ), a presença dos wolbitos reduziu em mais de 80% os casos de dengue.


Etapas da operação

Os ovos dos mosquitos são trazidos de Curitiba (PR) e passam por uma criação controlada de sete a 14 dias na biofábrica do Guará, até atingirem a fase adulta. Após esse processo, são entregues às equipes de campo para liberação.

Com o término da fase de soltura, será realizado um monitoramento epidemiológico para medir o impacto na redução de casos.

Apesar do avanço, a SES-DF alerta que o método não substitui as formas tradicionais de prevenção, como eliminar água parada e utilizar repelente.

“Os wolbitos são uma ferramenta importante, mas a população deve continuar adotando medidas de proteção”, reforçou Anderson Leocadio.

Com informações da Secretaria de Saúde

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