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Brasília

W3 Sul: A avenida da nostalgia

Arquivo Geral

09/11/2012 7h19

Soraya Sobreira e Lucas Dutra

redacao@jornaldebrasilia.com.br

 

Impressões e sentimentos diferentes tomam conta de quem passa pela Avenida W3 Sul. Os mais jovens podem estar acostumados com o visível abandono das dezenas de prédios comerciais no coração de Brasília. São buracos no chão, pichações nas paredes, portas fechadas e marquises ameaçadas. No entanto, quem viveu um pouco mais sabe da importância que um dia a mesma avenida teve para o brasiliense. A época de ouro da W3 Sul não é esquecida pelas pessoas que muito passearam por aquelas calçadas. 

 

Antes do boom dos shoppings centers, no fim da década de 1980, era ali o ponto de encontro da população. “É um pouco nostálgico ver e falar da W3 Sul”, conta o advogado Washigton Melo, 55 anos. As lembranças da avenida na década de 1970 remetem ao movimento das pessoas pelas quadras. Coisa de local com vida própria, ele diz. “Até os médicos que frequentavam com meus pais ficavam na W3 Sul. Inclusive, meus pais só faziam compras lá. Eu ia muito ao cinema da W3 Sul, o Cine Cultura, antes de ser transformado em um local direcionado a filmes mais eróticos, que o fez perder espaço”, relembra.

 

Era no comércio de rua que grande parcela da população fazia suas compras. O advogado conta que costumava comprar roupas e frequentar restaurantes por ali. Hoje, pelo menos uma vez no mês, leva os filhos ao local. Mas se entristece com a situação atual: “Está muito renegado, largado. Para mim, a W3 Sul de hoje é cerca de 10% do que era antigamente. Pelo que me lembro, até as calçadas eram mais bonitas. A W3 Sul era realmente um point, diferente de hoje, que não dá para ir lá apenas caminhar e passear”, avalia.

 

Transformação

Ruas sujas, pichação, abrigo para moradores de rua e calçadas quebradas retratam a W3 Sul de hoje. São mais de 250 lojas fechadas, incluindo as entrequadras. Somente na própria avenida, são 62 lojas desocupadas. Os dados são do Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista).

 

Os comerciantes estão sumindo por causa da falta de clientes e os pedestres mudando seus horários por conta do medo. A Associação Comercial do DF chama a atenção para os prejuízos aos empresários: “Tem aumentado a cada dia o número de estabelecimentos fechados. Como que os empresários sobrevivem com todas as dificuldades? Há muitos assaltos, o que afasta os clientes intimidados com a insegurança. Quem não tem grande estrutura não   fica  de pé”, alega Cléber Pires, presidente da associação.

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