Menu
Brasília

Voluntários fortalecem humanização e ampliam apoio a pacientes no Hospital de Base

Entidades somam esforços em ações solidárias, doações e acolhimento que transformam a experiência de usuários e familiares na unidade

Redação Jornal de Brasília

05/12/2025 18h11

20251203 112300

Antonia Gonçalves Leite: “O voluntariado transformou meu processo de cura emocional e espiritual” | Fotos: Divulgação/IgesDF

No Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), o trabalho das entidades voluntárias transforma rotinas muito antes de qualquer doação material. A humanização, construída diariamente por quem oferece tempo, escuta e cuidado, ganha destaque nesta sexta-feira (5), quando se celebra o Dia Internacional do Voluntário. Quatro organizações que atuam na unidade ressaltam como sua presença acolhe pacientes e familiares, emociona em momentos difíceis e fortalece a rede de apoio dentro do hospital.

Administrado pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IgesDF), o hospital conta com uma rede de voluntários que se tornou parte essencial da experiência de quem passa pelo maior hospital público do Centro-Oeste.

Ao longo de 2025, a Associação de Amigos do Hospital de Base, o Serviço Auxiliar de Voluntários (SAV), a Rede Feminina de Combate ao Câncer (RFCC) e o Movimento de Apoio ao Paciente com Câncer (MAC) somaram esforços que resultaram na arrecadação de mais de 127 cadeiras de rodas, cinco mil cestas básicas, 100 mil lanches e outros 10 mil itens, como remédios, materiais de higiene e fraldas. Além das doações, os grupos promovem atividades de humanização que incluem música, contação de histórias, feirinhas, reiki, oficinas e ações de escuta ativa.

Para muitos voluntários, o primeiro contato com o grupo ocorre justamente durante essas atividades. Foi o caso de Antonia Gonçalves Leite. Em 2010, enquanto aguardava atendimento para tratar um câncer de mama, ela ouviu o som de um violino ecoar pelo ambulatório. Ao seguir a música, encontrou uma voluntária da Rede Feminina tocando para os pacientes. Encantada com o gesto, Antonia se cadastrou como voluntária naquele mesmo dia.

“Aqui eu fui abraçada, acolhida, fiz parte de projetos que me ajudaram em todos os sentidos. Desde o início, eu disse que não queria apenas receber, queria doar também. O voluntariado transformou meu processo de cura emocional e espiritual”, relata.

Gerações que cuidam

Monica Bezerra: “O trabalho voluntário traz uma realização interior profunda, um sentimento de dever cumprido”

O caminho até chegar ao voluntariado não é o mesmo para todas as pessoas. Para Monica Bezerra, o convite veio de dentro de casa. A mãe dela, Temis Lima, era membro do SAV oferecendo reiki e chamou a filha para fazer parte também. O convite foi aceito em 2008, e ela continua atuando até hoje.

Monica chegou a atuar como presidente do SAV por alguns anos, mas prefere o contato direto com o paciente. “O trabalho voluntário traz uma realização interior profunda, um sentimento de dever cumprido. E é isso que é a vida, é fazer aquilo que te traz o bem
 todos os dias”, comenta.

A dedicação de Monica também inspirou a filha, Rafaela Sales, que atuou por alguns anos no SAV, trabalhando ao lado da mãe e da avó e dando continuidade a uma trajetória familiar construída com afeto, espiritualidade e cuidado com o próximo.

O voluntariado costuma ajudar também a quem o exerce, não apenas aos que recebem os serviços

Outro caso marcante é o de Larissa Bezerra, coordenadora da Rede Feminina, que segue o trabalho iniciado pela mãe. Vera Lúcia Bezerra da Silva, a Verinha, dedicou quase três décadas à Rede, levando acolhimento a pessoas em situação de vulnerabilidade. Após
 seu falecimento, em 2024, Larissa assumiu a responsabilidade. “Desde criança acompanhei minha mãe. No começo foi difícil assumir esse desafio, mas hoje encontro forças no propósito dela: ajudar o próximo”, diz Larissa.

Histórias que se cruzam

O voluntariado também chega por acaso, como aconteceu com Vanessa Rocha, enfermeira do HBDF. Ela sempre observava os voluntários da Associação de Amigos circulando pelo hospital, até que um dia entrou na loja da entidade e encontrou doações desorganizadas.  Ajudou espontaneamente, e não parou mais. Há quatro anos, dedica parte do horário de almoço para apoiar o grupo. “O voluntariado te torna mais humano. A convivência com tantas histórias nos deixa mais empáticos e nos faz olhar para o próximo com mais atenção”, destaca.

Foi também por curiosidade que Ivana Amaral conheceu o MAC. Ao acompanhar a filha médica pelo Hospital de Base, viu os desenhos de coração com três letras e quis entender do que se tratava. A descoberta a levou a integrar o movimento. “O papel do voluntário é acolher, apoiar e levar esperança. Se precisam conversar, estou totalmente disponível enquanto estou ali”, explica.

Como participar ou contribuir

⇒ Serviço Auxiliar de Voluntários (SAV): (61) 99982-6626

⇒ Associação de Amigos do Hospital de Base: 3550-8900, ramal 9031/ (61) 99659-0365

⇒ Rede Feminina de Combate ao Câncer (RFCC): 3550-8900, ramal 9178 (Sala de Atendimento)/ 3550-8900, ramal 9277 (Sala de Acolhimento)/ 3364-5467 (Administração)

⇒ Movimento de Apoio ao Paciente com Câncer (MAC): 3550-9900, ramal 9029/ (61) 99219-3998

Com Informações da Agência Brasília

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado