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Brasília

Viúva de Lázaro é intimada a comparecer em Delegacia

Barbosa foi morto em uma troca de tiros com a polícia, que, segundo boletim de ocorrência, atirou mais de 125 vezes durante a ação

Geovanna Bispo

08/07/2021 15h07

Foto: Divulgação/ PCGO

Após uma semana do enterro do acusado de chacina no Incra 9, no início do mês passado, Lázaro Barbosa, a viúva, Ellen foi intimada para comparecer na 2ª Delegacia de Polícia de Águas Lindas de Goiás. A companheira de Lázaro será ouvida na tarde desta quinta-feira (8) pela delegada Dra. Rafaella.

Após o crime, Lázaro ficou 20 dias foragido. Nas buscas pelo acusado participaram mais de 250 policiais militares, civis, federais e federais rodoviários, além de drones, helicópteros, cães farejadores e mateiros.

Barbosa foi morto em uma troca de tiros com a polícia, que, segundo boletim de ocorrência, atirou mais de 125 vezes durante a ação. A Secretaria Municipal de Saúde de Águas Lindas, cidade onde Lázaro foi atendido, informou que ele foi atingido por pelo menos 38 disparos.

Escândalo

O vereador de Foz do Iguaçu, Cabo Cassol (Podemos), publicou em suas redes sociais uma imagem de Lázaro vinculando a causa LGBTQIA+. Na postagem, publicada no Dia Internacional do Orgulho LGBT, a montagem mostra a sigla descrita como sendo “Lázaro Ganhou Bastante Tiro”.

Nessa quarta-feira (7), a Associação de Travestis e Transexuais de Foz do Iguaçu “Casa de Malhu”, veiculou uma nota de repúdio a mensagem do vereador. “Não foi só uma publicação, aconteceram outras que alegavam que a comunidade LGBT destruía a família brasileira, essas coisas”, disse a coordenadora da instituição, Bruna Ravena.

“O próprio Cabo Cassol nos recebe muito bem na câmara. Isso nos causa estranheza. Todos tem o livre direito de expressão, mas você não pode abusar dela”, continuou Ravena. A associação considera a postura do vereador inapropriada e incentivadora de práticas violentas. “Um vereador, que é um representante do povo, deveria prezar pela defesa da população mais vulnerável e ajudar a combater toda e qualquer forma de discriminação”, diz o documento.

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