Os principais nomes da vela brasileira estão preocupados com a disputa dos Jogos Pan-americanos na Marina da Glória. A causa: a sujeira acumulada na Baía de Guanabara. Segundo os atletas, o estado deprimente do local será um motivo de vergonha para o povo brasileiro durante a competição.
”O lugar é nojento. Para vocês terem idéia, durante o Pré-Pan (em fevereiro deste ano) havia até um cavalo morto por lá. Brincamos que era o Baloubet du Rouet (um dos animais utilizados por Rodrigo Pessoa no hipismo)”, revela Alexandre Saldanha, representante brasileiro no Pan na classe J/24. “Será uma vergonha”, completa.
Já Adriana Kostiw, que brigará por medalhas no Rio de Janeiro na classe Laser Radial, tem propriedade para falar do assunto, já que chega a morar na região durante os treinos na sede da vela no Pan. “Eu até falei para uma colega canadense tomar vacina contra tétano”, dispara. “Nós estamos acostumados com o Brasil, mas eles não”, destaca.
O problema é que toda a sujeira será um obstáculo extra para os participantes do Pan-americano. Segundo Alexandre Saldanha, alguns favoritos podem ser prejudicados com as condições da Baía de Guanabara. “Temos que rezar para a maré encher e levar toda a sujeira embora”, diz.
Até por esse motivo, Adriana Kostiw acha que a organização do Pan deveria ter optado por outro local para receber as disputas da vela. “Participamos do Match Race Brasil em um lugar lindo como Búzios, que fica só a
Além de abordar a questão da sujeira, Adriana também traz uma outra preocupação: a falta de agilidade nas obras da Marina da Glória, que sofreram com paralisações devido a problemas judiciais. “Não tem nada pronto lá ainda. É ferro para todo lado. Não sei como vão fazer até o Pan”, comenta a velejadora.