Ao que tudo indica, o “projeto olímpico” do Rio de Janeiro, lançado com os Jogos Pan-americanos, não fez muito sucesso nem mesmo entre a classe política. Terminada a maior competição poliesportiva das Américas, parte representativa das instalações construídas para o Pan pode estar com os dias contados.
De acordo com o portal UOL, o governador do Rio, Sérgio Cabral, apresentou um projeto para demolir o parque aquático Júlio de Lamare e o estádio de atletismo Célio de Barros. Ambos fazem parte do Complexo do Maracanã e dariam lugar a construções de outros espaços anexos ao estádio de futebol.
“Esses espaços não são tombados e podem ser convertidos em equipamentos que completariam o Maracanã, como estacionamento, shopping e outros”, afirmou o governador do Rio ao portal, para descontentamento de dirigentes do atletismo e dos esportes aquáticos.
O projeto foi apresentado à mesma empresa que reconstruiu o estádio de Wembley, em Londres, com um único objetivo em mente: a Copa do Mundo de 2014. A iniciativa ainda foi apoiada pelo prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, que garantiu apenas ao estádio a condição de intocável. “O importante é o funcionamento do Maracanã, com seus Fla-Flus”, resumiu.
Sem mencionar a candidatura da cidade a sede dos Jogos Olímpicos de 2016, os dois políticos explicaram quais devem ser os destinos das arenas montadas para o Pan. O Estádio de Remo da Lagoa Rodrigo de Freitas, por exemplo, pode ceder espaço para cinemas e restaurantes, mesmo à revelia dos moradores da região. O plano foi revelado poucos meses após a interminável polêmica das arquibancadas do local, que ameaçou a realização das provas da modalidade.
Sede de programas de inclusão esportiva e de formação de nadadores, as piscinas do Júlio de Lamare podem assistir a uma mudança de modalidade: saem natação e pólo aquático, entram os jogos de tênis e as apresentações de cantores e bandas. “Estamos pensando em criar uma base para que sejam disputados jogos de tênis, além de shows. A natação não é rentável”, garante César Maia, que também quer trocar o piso do Velódromo, feito de pinho da Sibéria, por mais uma casa de espetáculos.
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