No projeto de candidatura do Rio a sede do Pan, a promessa era de que todas as obras seriam entregues pelo menos 90 dias antes da abertura do evento, marcada para hoje, às 17h, no Maracanã. A última obra foi entregue na quarta-feira, a 48 horas do início oficial. O Velódromo, utilizado nas competições de ciclismo e patinação de velocidade, teve a inauguração adiada seguidas vezes e só foi testado na antevéspera da abertura do Pan.
Para piorar, choveu na hora de finalmente mostrar o Velódromo ao público. Aí, não teve jeito: uma calha da estrutura se rompeu e a água inundou uma sala do sistema de som, molhando computadores e equipamentos.
O episódio deixou claro o que todos previam: serão muitos os imprevistos no começo do Pan. O Velódromo é o caso mais emblemático, mas muitas obras foram inauguradas na semana que antecedeu o Pan.
No sábado, foi inaugurada a Arena Multiuso, onde serão disputadas as competições de basquete e ginástica artística. No domingo, o Parque Aquático Maria Lenk, casa da natação. Na terça, foi a vez da Arena do Vôlei de Praia, em Copacabana. E, na quarta, o Velódromo. “Foi em cima da hora. Mas tivemos muitos problemas. Para erguer o Velódromo, brigamos com a Confederação Brasileira de Automobilismo para construir na área do Autódromo de Jacarepaguá”, lamenta o prefeito do Rio, César Maia.
A impressão de quem entra nos locais recém-inaugurados é de que as obras, apesar da estrutura boa, foram entregues sem que o acabamento fosse finalizado, com muitos detalhes pendentes. Mesmo no Estádio João Havelange, considerada a principal obra do Pan e inaugurado no dia 30 de junho, ainda era possível ver, na terça, funcionários soldando estruturas, limpando entulhos e fazendo ajustes.
Durante o jogo de ontem, entre a seleção feminina de futebol e o Uruguai, jornalistas tiveram problemas com falta de energia. Falta luz também para as as transmissões de tevê. Nuzman promete ajustes. Mas será que dá tempo? No dia da festa, as obras estão prontas, mas ainda falta a maquiagem.
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