A madrugada desta sexta-feira (26) marcou o fim de um dos julgamentos mais aguardados do Paranoá Parque. O Tribunal do Júri condenou Alan Mateus Neres dos Santos a 21 anos de prisão e Ítalo Ricardo de Sousa Borges a 18 anos e 8 meses. Ambos foram considerados responsáveis pela morte de uma mulher e pela tentativa de homicídio de seu filho, em um crime que abalou a comunidade em maio de 2024.
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), a sequência de violência começou com uma briga banal. Alan teria discutido com um jovem da região e, horas depois, voltou armado em busca de vingança. Ao abrir fogo contra quem acreditava ser seu desafeto, atingiu o irmão do rapaz. A mãe, em um ato desesperado de proteção, tentou impedir a tragédia, mas acabou sendo alvejada fatalmente.
Julgamento expôs marcas deixadas pelo crime
No julgamento, os jurados reconheceram as qualificadoras de motivo torpe e de uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas. Testemunhas relataram como o episódio deixou cicatrizes profundas: a mãe foi levada ao hospital, passou por procedimentos médicos, mas não resistiu. O filho sobreviveu, embora enfrente sequelas físicas e emocionais até hoje.
Ítalo, segundo a acusação, foi cúmplice direto. Ele teria levado Alan até o local do crime e garantido sua fuga logo após os disparos. A participação ativa no crime reforçou a gravidade da condenação.
Durante o julgamento, o promotor de justiça Daniel Bernoulli chamou atenção para um problema estrutural: “A inconsequência de uma juventude violenta, aliada ao porte ilegal de armas de fogo, acaba gerando tragédias como este caso que vitimou uma senhora inocente.”